"Se não está previsto nos contratos [para compra de energia à Rússia] o pagamento em rublos, é uma violação das nossas sanções", disse Von der Leyen, em declarações à imprensa a propósito da suspensão de fornecimento de gás, pela Gazprom, à Bulgária e Polónia.
"Noventa e sete por cento dos contratos estipulam especificamente o pagamento em euros ou dólares", sublinhou.
A líder do executivo comunitário esclareceu ainda que "a decisão da Rússia de pedir pagamentos em rublos é unilateral e as empresas que têm contratos [com fornecedores russos] não devem ceder a estas exigências".
"Tal seria uma violação das sanções e um grande risco para as empresas", salientou também, respondendo a uma questão sobre dez Estados-membros que terão acedido a pagar em rublos o fornecimento de gás.
Ursula von der Leyen assegurou também que a União Europeia (UE) está a trabalhar há meses para acabar com a sua dependência energética da Rússia "de uma vez por todas".
Em relação à decisão da gigante energética russa Gazprom de cortar o fornecimento de gás à Bulgária e Polónia, a presidente da Comissão garantiu que ambos os países estão a receber energia a partir dos seus vizinhos da UE.
O grupo russo Gazprom anunciou a suspensão de todas as suas entregas de gás à Bulgária e à Polónia, por não terem feito o pagamento em rublos.
O Kremlin, por seu lado, avisou que o envio será interrompido igualmente a outros países, se não aceitarem o novo mecanismo de pagamento em rublos.
A Rússia lançou, na madrugada de 24 de fevereiro, uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de dois mil civis, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
[Notícia atualizada às 14h45]
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