A advogada de direitos humanos Amal Clooney exortou, na quarta-feira, os Estados-membros da Organização das Nações Unidas (ONU) a concentrar-se na justiça internacional para os crimes de guerra cometidos na Ucrânia.
Numa reunião informal do Conselho de Segurança da ONU, a advogada descreveu a Ucrânia como “um matadouro no coração da Europa” e lembrou uma votação de 2017, que ajudou a defender, para criação de uma equipa da ONU para recolher, preservar e armazenar evidências de possíveis crimes internacionais cometidos pelo Estado Islâmico no Iraque.
A medida foi aprovada em 2017, no mesmo ano em que nasceram os seus filhos gémeos, Alexander e Ella, fruto do casamento com o ator George Clooney. “Os meus filhos agora têm quase cinco anos e, até agora, a maioria das evidências recolhidas pela ONU estão em depósitos, porque nenhum tribunal internacional julgou o Estado Islâmico”, frisou. Agora, pede que não se trate as vítimas ucranianas da mesma maneira.
Sublinhe-se que o Tribunal Penal Internacional (TPI) não interveio nos crimes cometidos no Iraque e na Síria porque não tem jurisdição nestes países.
Ao 64.º dia da invasão russa da Ucrânia, quase três mil civis morreram, segundo dados apurados pela Organização das Nações Unidas (ONU), que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
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