O presidente Joe Biden vai pedir ao Congresso mais 31 mil milhões de euros para ajudar a Ucrânia na sua guerra com a Rússia, disseram hoje dois funcionários da administração, informação confirmada pelo próprio em conferência de imprensa.
Em declarações aos jornalistas, Biden disse não haver dúvidas de que a Rússia é o país agressor, responsável por crimes de guerra perpetuados na Ucrânia.
"Precisamos deste financiamento para ajudar a Ucrânia nesta luta pela liberdade", disse o líder norte-americano.
O pedido, que surge quando a guerra na Ucrânia entra na nona semana, incluirá assistência militar e económica. Parte do valor da assistência militar poderá ser usada para fornecer armamento a outros países, permitindo que estes "se defendam totalmente".
É mais do dobro do pacote inicial de defesa de 12,9 mil milhões de euros que o Congresso decretou no mês passado.
A última medida assinala um compromisso a longo prazo dos EUA em afastar a tentativa do presidente russo Vladimir Putin de expandir o controlo da sua nação sobre o seu vizinho, e talvez para além dele.
Joe Biden vai ainda pedir um endurecimento das sanções à Rússia, bem como uma proposta para que os EUA possam usar os bens confiscados de oligarcas russos para compensar a Ucrânia. De acordo com a proposta de Biden, os departamentos de Justiça, Tesouro e Estado trabalharão juntos para compensar os danos causados à Ucrânia com fundos apreendidos a cidadãos russos como parte de sanções por violações de guerra, anticorrupção e controlo de exportações.
A Casa Branca também pediu ao Congresso que crie uma autoridade administrativa especial para apreender bens de oligarcas, para permitir a sua doação à Ucrânia, além de propor a criação de novas medidas sancionatórias que tornem ilegal a posse de dinheiro obtido diretamente a partir de "atividades governamentais corruptas" na Rússia.
"Estamos a fazer tudo no sentido de apreender os bens destes oligarcas e ajudar a Ucrânia", disse.
"É fundamental que este financiamento seja aprovado e aprovado o mais rápido possível", pede Biden. "Não estamos a atacar a Rússia. Estamos a ajudar a Ucrânia a defender-se contra a agressão russa, e assim como Putin escolheu lançar esta invasão brutal, ele pode fazer a escolha de acabar com esta invasão brutal", disse.
Biden acusou ainda a Rússia de "intimidação e chantagem" no caso do gás russo, frisando que as "ameaças" de Putin não vão resultar.
"O custo dessa luta não é barato, mas ceder à agressão ficará mais caro" defendeu.
No Congresso dos EUA tem havido um amplo apoio bipartidário para a ajuda à Ucrânia na resistência à invasão russa e a aprovação deste pacote de ajuda parece assegurado.
Contudo, Biden e os democratas também querem que os congressistas aprovem igualmente um pacote de combate contra a pandemia de covid-19, o que pode levar a minoria republicana a oferecer alguma resistência às ambições políticas da Casa Branca.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior. A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
[Notícia atualizada às 17h11]
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