OCSE anuncia fim de missão no leste da Ucrânia

O presidente da OSCE, Zbigniew Rau, anunciou hoje o fim da missão especial de observação no leste da Ucrânia, em funcionamento desde 2014, depois da falta de consenso no Conselho Permanente para prorrogar o mandato.

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Lusa
28/04/2022 20:26 ‧ 28/04/2022 por Lusa

Mundo

Ucrânia/Rússia

"Não é uma decisão fácil de tomar. Explorámos todas as opções através do diálogo político com os Estados participantes para conseguir a renovação do mandato do SMM, mas a posição da Rússia não nos deixou outra escolha senão tomar medidas para encerrar a missão", disse Zbigniew Rau, que é também o ministro dos Negócios Estrangeiros polaco.

Todas as decisões da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OCSE), que conta com 57 Estados associados da Europa, Ásia Central e América do Norte, devem ser tomadas com pleno consenso entre os seus membros, o que não aconteceu neste caso numa reunião em 31 de março de 2022.

Num comunicado, o ministro polaco e presidente da OSCE acrescentou que a missão na Ucrânia desempenhou um "papel crucial" na prestação de informações objetivas no terreno, facilitando o cessar-fogo e trabalhando para mitigar os efeitos do conflito na população civil.

"A Presidência polaca continuará a empenhar-se com os Estados participantes para explorar alternativas sobre o futuro papel da OSCE na Ucrânia", concluiu Rau.

A missão especial de observação no leste da Ucrânia foi criada, com a aprovação da Rússia, após as hostilidades naquela região em 2014.

Centenas de observadores internacionais desarmados acompanharam durante oito anos a situação na linha de contacto entre o exército ucraniano e as forças separatistas e pró-russas da região do Donbass.

A secretária-geral da OSCE, Helga Schmid, acrescentou que "o papel vital que os observadores desempenharam nos últimos oito anos não pode ser subestimado".

Sublinhou que a missão proporcionou "factos inestimáveis e objetivos no terreno, facilitando o diálogo e permitindo a reparação de infraestruturas civis de que dependem milhões de pessoas".

Leia Também: Ucrânia: OSCE "extremanente preocupada" com detenção de funcionários

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