O aviso de Sayyed Hassan Nasrallah foi feito durante uma cerimónia em Beirute para assinalar o "Quds Day" ou Dia de Jerusalém, uma tradicional manifestação de apoio aos palestinianos, em que participaram centenas de apoiantes do Hezbollah e responsáveis de grupos palestinianos aliados.
Israel realizou, ao longo dos anos, centenas de ataques a alvos na Síria -- onde o Irão, como o Hezbollah, apoia as forças do Presidente, Bashar al-Assad -, mas raramente reconhece ou fala sobre tais operações. Admitiu, contudo, ter atacado bases de milícias aliadas do Irão, como o Hezbollah, na Síria, afirmando que os seus ataques visaram a infiltração iraniana na vizinha Síria.
O Hezbollah, um dos principais braços armados do Irão na região, foi formado no início da década de 1980, durante a guerra civil no Líbano, por oficiais iranianos, e Teerão tem armado e financiado o grupo desde então.
As declarações de Nasrallah surgem dois dias depois de um ataque israelita com mísseis na Síria ter matado quatro soldados sírios e ferido outros, segundo a imprensa estatal síria.
Um observatório da oposição síria que monitoriza a guerra avançou um número mais elevado de vítimas no ataque de quarta-feira que atingiu os subúrbios da capital, Damasco, indicando que matou seis soldados sírios e quatro combatentes apoiados pelo Irão.
No mês passado, um ataque israelita com mísseis a Damasco matou dois coronéis da Guarda Revolucionária paramilitar iraniana.
O Irão retaliou pouco depois disparando mísseis terra-terra sobre o que descreveu como um centro de espionagem israelita na cidade de Erbil, no norte do Iraque.
"A posição militar da República Islâmica está a evoluir no sentido em que, se a agressão de Israel à presença iraniana na região continuar, poderá atacar Israel diretamente", disse Nasrallah.
A cerimónia de hoje, a última sexta-feira do mês sagrado muçulmano do Ramadão, foi a primeira grande reunião do Hezbollah desde o início da pandemia de covid-19.
Nasrallah disse que as autoridades iranianas agora pensam que o tempo de "recuperar os seus mártires e de os sepultar" acabou.
"Vamos vingar os nossos mártires. Esta é uma mudança importante", sublinhou.
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