"Não. Não seremos chantageados", respondeu desta forma Christian Lindner, em entrevista ao jornal Mannheimer Morgen, quando questionado se a Alemanha deve pagar o gás em rublos em caso de emergência e, assim, responder à exigência de Vladimir Putin.
Moscovo ordenou recentemente o corte de fornecimento de gás à Polónia e à Bulgária, por aqueles países se terem recusado a fazer os pagamentos na moeda russa.
Questionado sobre a possibilidade de a Rússia fazer o mesmo à Alemanha, o ministro das Finanças realçou a importância de o país liderado por Olaf Scholz se tornar "independente" no que diz respeito à energia, "o mais rápido possível".
"Continuamos a pagar com base em contratos de fornecimento de gás em euros e dólares. Mas, neste momento, quem pode descartar alguma coisa quando se trata de Vladimir Putin?", apontou o governante alemão.
O ministro liberal excluiu taxativamente realizar as transferências em rublos e recusou-se a alimentar "cenários catastróficos".
"É impensável que a casa da avó fique sem aquecimento", afirmou, defendendo que, por isso, é necessário evitar que se chegue a uma situação em que seja preciso ponderar as necessidades de gás das famílias em relação às da indústria.
Christian Lindner também foi a favor da postura cautelosa do chanceler Olaf Scholz sobre o envio de armas para a Ucrânia, que descreveu como "correta", tendo em conta os riscos, e defendeu uma atuação coordenada com os países aliados da Alemanha.
"Estamos a lidar com a potência nuclear russa, por isso é essencial coordenar com as potências nucleares França e Estados Unidos", defendeu.
Lindner também defendeu medidas de alívio fiscal para os contribuintes, para diminuir o impacto da inflação e adiantou que, no outono, vai apresentar propostas adicionais nesse sentido.
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