Gidon Lev, sobrevivente do Holocausto, tornou-se numa estrela do TikTok e usa a rede social para partilhar as suas experiências.
O homem, de 87 anos, nasceu na República Checa e, quando tinha apenas seis anos, foi levado para o campo de concentração de Theresienstadt, perto de Praga, conjuntamente com os pais, que eram forçados a trabalhar. O pai era obrigado a ir para uma mina nas proximidades e a mãe, tal como as outras mulheres, processava mica.
“Periodicamente, os alemães faziam o que chamamos de ‘Stichprobe’”, disse Lev, em declarações à Deutsche Welle, referindo-se a uma amostra aleatória.
“Suponho que as mulheres que processavam a quantidade indicada podiam ficar no local. Se elas ficassem, os filhos também ficavam”, recordou. "Acho que devo isso à minha mãe, porque ela deve ter trabalhado no duro, feito o suficiente para permanecer até ao fim. É por isso que estou aqui hoje”, acrescentou ainda.
Lev explica que o pai não sobreviveu, depois de ser deportado para Auschwitz. Num dos vídeos que partilhou no TikTok, o homem mostra um pendente que o pai deu à mãe antes de ser forçado a entrar num comboio com destino a Auschwitz.
Com o fim da guerra, em 1945, Lev e a mãe regressaram a casa e algum tempo depois emigraram para os Estados Unidos. Depois de uma passagem pelo Canadá, em 1959, Lev mudou-se para Israel.
O homem acredita que “os jovens podem fazer do mundo um lugar melhor” e, por isso, começou a partilhar as suas histórias. A sua conta no TikTok foi criada depois de lançar o livro 'As verdadeiras aventuras de Gidon Lev', que escreveu com a sua companheira, Julie Gray, que atualmente produz os vídeos.
“Para mim, a importância de usar o TikTok é porque existe uma surpreendente falta de educação sobre o Holocausto entre os jovens”, disse Julie Gray. “Então, pode-se usar o TikTok – um meio que os jovens gostam – com música, memes e hashtags para ensinar algo”, acrescentou.
Atualmente, a conta do casal tem mais de 366 mil seguidores e soma mais de seis milhões de ‘gostos’.
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