Volodymyr Zelensky, presidente ucraniano, avançou esta tarde de domingo que um grupo de 100 civis foram retirados da siderúrgica de Azovstal, na cidade sitiada de Mariupol, rumo a Zaporizhzhia. A iniciativa é controlada pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pela Cruz Vermelha, que está a conduzir uma "operação passagem segura" para resgatar os civis ainda presos no complexo siderúrgico.
"A retirada de civis de Azovstal já começou. O primeiro grupo de cerca de 100 pessoas já está a caminho da área controlada. Amanhã vamos encontrar-nos em Zaporizhzhia. Estou grato pela nossa equipa. Agora, em conjunto com as Nações Unidas, estão a trabalhar para a retirada de outros civis do complexo", adiantou o responsável, na rede social Twitter.
De acordo com a Reuters, cerca de 40 pessoas chegaram a um centro de acolhimento temporário em Bezimenne, este domingo, seguidas de outras 14 pessoas, conduzidas por veículos da ONU.
Evacuation of civilians from Azovstal began. The 1st group of about 100 people is already heading to the controlled area. Tomorrow we’ll meet them in Zaporizhzhia. Grateful to our team! Now they, together with #UN, are working on the evacuation of other civilians from the plant.
— Володимир Зеленський (@ZelenskyyUa) May 1, 2022
A retirada começou no dia 29 de abril, conforme diz a Sky News, que cita o porta-voz do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários.
Segundo o Ministério da Defesa russo, durante a tarde de sábado, 25 civis saíram do local e, ao início da noite, um segundo grupo formado por 21 pessoas abandonou também a unidade metalúrgica, sendo transportados para Bezimenne, na região de Donetsk, cidade a leste de Mariupol.
"Todos os civis receberam alojamento, alimentação e assistência médica necessária", garantiram as autoridades russas, que não especificam a localidade para onde foi levado o primeiro grupo de 25 pessoas.
Na fábrica de Azovstal, cerca de mil civis estão refugiados com outros dois mil soldados ucranianos que ainda resistem aos bombardeamentos russos, havendo ainda a registar cerca de 500 feridos.
A Rússia deu a cidade de Mariupol como "libertada" e começou a enviar tropas para a região de Donbass, no leste do país, de acordo com as informações veiculadas pelo Estado-Maior da Ucrânia e confirmadas também pelo Pentágono.
Além disso, o presidente russo decretou que a fábrica não deveria ser atacada, mas disse que o bloqueio às instalações teria de ser rígido ao ponto de "nem uma mosca conseguir sair".
Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já matou cerca de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
O conflito causou a fuga de mais de 12 milhões de pessoas, das quais mais de 5,4 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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