Em entrevista à televisão italiana Mediaset, Lavrov reiterou a posição de Moscovo de que a Wagner "não tem nenhuma ligação ao Estado russo".
Acusada de ser próxima do Presidente Vladimir Putin, a empresa Wagner é acusada de empregar mercenários que cometeram abusos no Mali, Líbia e Síria.
Segundo Lavrov, Moscovo deu explicações à França sobre esta questão quando o Governo francês "ficou perturbado porque a Wagner assinou um acordo com o Governo do Mali para a prestação de serviços de segurança".
"O meu caro colega Jean-Yves Le Drian [homólogo francês], assim como [o chefe da diplomacia europeia] Josep Borrell, em setembro de 2021, disseram-me diretamente que a Rússia não tinha nada a fazer na África, nem por meios estatais, nem por meios privados, porque África é uma área [de interesse] da UE e da França", disse Lavrov.
"Também explicámos" que na Líbia "esta empresa militar privada foi convidada pelas autoridades para Tobruk, onde está localizado o parlamento", acrescentou.
"Eles estão lá numa base comercial, e o mesmo se passa no Mali", assegurou o chefe da diplomacia russa.
O governo de Bamaco, resultante de um golpe de Estado bem-sucedido de uma junta militar, evoca por sua vez a presença no seu território de simples conselheiros russos.
Entre "10 mil a 20 mil" mercenários da empresa paramilitar russa Wagner ou combatentes sírios e líbios estão atualmente a lutar ao lado das forças russas na Ucrânia, segundo uma autoridade europeia.
A Rússia invadiu, na madrugada de 24 de fevereiro, a Ucrânia e em resultado dessa operação já morreram mais de dois mil civis, segundo dados da Organização das Nações Unidas, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
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