Líderes europeus pedem frente unida contra chantagem energética russa
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e o primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, apelaram hoje para à união da Europa para se tornar independente na energia face à "chantagem de Moscovo".
© Getty Images
Mundo Ucrânia
Durante a inauguração da construção de uma unidade de gás natural liquefeito no porto grego de Alexandropolis (norte), Michel considerou tratar-se de uma "iniciativa de importância geoestratégica" para a União Europeia (UE).
Michel disse que a Europa deve diversificar as suas fontes de energia e "tornar-se independente do gás russo".
"Com este importante projeto, poderemos em breve substituir o gás natural proveniente de fontes russas. A recente chantagem de Moscovo torna esta cooperação não só necessária, mas também urgente", acrescentou, citado pela agência espanhola EFE.
O líder conservador grego admitiu que o gás natural é um "combustível de transição extremamente importante para os próximos anos", mas assegurou que a Grécia continua empenhada nos compromissos europeus de "reduzir as emissões de CO2 em 55% até 2030".
A unidade de Alexandropolis, cuja conclusão está prevista para o final do próximo ano, é um projeto greco-búlgaro que mereceu o interesse da Macedónia do Norte e da Sérvia, cujos líderes também participaram na cerimónia.
Na sequência das sanções contra Moscovo por ter invadido a Ucrânia, a estatal Gazprom cortou o fornecimento de gás à Polónia e à Bulgária por se terem recusado a pagar os fornecimentos na moeda russa, o rublo, ameaçando fazer o mesmo a outros países.
A guerra na Ucrânia expôs a excessiva dependência energética da UE face à Rússia, que é responsável por cerca de 45% das importações de gás europeias.
A Rússia também fornece 25% do petróleo e 45% do carvão importado pela UE.
Além das sanções económicas, os aliados ocidentais têm fornecido armamento à Ucrânia na guerra contra a Rússia, que entrou hoje no 69.º dia.
O conflito provocou um número ainda por determinar de mortos, civis e militares, que a ONU admite ser muito elevado.
A ONU confirmou até agora a morte de mais de 3.000 civis na guerra, que também levou mais de 5,4 milhões de pessoas a fugir da Ucrânia para outros países.
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