Possíveis "perturbações" no abastecimento de petróleo na Alemanha

A Alemanha pode enfrentar "perturbações" no seu abastecimento de petróleo, advertiu hoje o ministro da Economia alemão, na sequência da iniciativa da UE de proibir gradualmente as suas importações de petróleo russo.

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Lusa
04/05/2022 13:16 ‧ 04/05/2022 por Lusa

Mundo

Ucrânia

"Não podemos garantir nesta situação que não haverá perturbações" no abastecimento de petróleo na Alemanha, disse Robert Habeck numa conferência de imprensa em Meseberg, a norte de Berlim, avisando que "os preços também podem aumentar significativamente ao longo de um período de 180 dias".

Habeck disse em particular que a refinaria PCK em Schwedt, no Estado oriental de Brandeburgo, propriedade do conglomerado russo Rosneft, poderia ser afetada porque fornece cerca de 90% do petróleo consumido em Berlim e na região circundante, incluindo o aeroporto de Berlim Brandenburg (RIC).

Contudo, Habeck, que é também vice-chanceler, assegurou que a Alemanha seria capaz de "resistir ao embargo petrolífero como nação", uma vez que o país reduziu drasticamente a sua dependência do petróleo da Rússia nas últimas semanas.

A dependência da maior economia da Europa das importações de petróleo russo diminuiu nas últimas semanas para 12%, contra 35%.

A nível europeu, o petróleo russo é responsável por cerca de um quarto das importações de petróleo da UE.

Bruxelas propôs hoje a suspensão das importações europeias de petróleo russo no prazo de seis meses e enviou a proposta aos Estados-membros para aprovação na terça-feira à noite.

No entanto, o ministro da Economia alemão advertiu que, como resultado, os preços poderiam "também subir significativamente durante um período de 180 dias".

Para além do petróleo, a Alemanha, um dos países europeus mais dependentes da Rússia pela energia antes da guerra na Ucrânia, já conseguiu reduzir significativamente a sua dependência do carvão.

Depende agora apenas 8% do carvão, abaixo dos 50%, anunciou o Ministério da Economia na semana passada num relatório.

Por outro lado, a dependência do gás russo permanece elevada, embora também tenha diminuído para 35%, contra 55% antes da invasão russa em 24 de fevereiro.

Berlim já tinha anunciado há várias semanas que queria prescindir completamente do petróleo e do carvão russos até ao final do ano. O Governo alemão também se tinha declarado a favor de um embargo europeu ao petróleo russo.

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