Nicole Mannion disse que "medidas unilaterais não são algo que ajudaria" no sentido de encontrar uma solução para o impasse nas negociações, que se prolongam desde outubro de 2021.
"E acho que, infelizmente, também prejudicaria alguns dos elementos positivos do relacionamento que reconstruímos como resultado de nossa cooperação na Ucrânia", vincou, durante uma conferência do centro de estudos UK in a Changing Europe sobre o estado atual das relações Reino Unido-UE e as perspetivas para o futuro.
Nos últimos dias surgiu a especulação na imprensa britânica de que o Governo britânico está a preparar-se para revogar unilateralmente o Protocolo da Irlanda do Norte após meses a ameaçar invocar o artigo 16.º, uma cláusula de salvaguarda que prevê a suspensão de certas disposições em caso de perturbações graves sociais e económicas.
Segundo a BBC, a intenção de mudar a lei sobre o Protocolo vai ser mencionada no discurso da Rainha, na terça-feira, sobre as prioridades legislativas do executivo, mas sem um compromisso do executivo de fazê-lo imediatamente.
O acordo de 2019, que deixa a província britânica dentro do mercado único da UE, foi a solução encontrada para evitar uma fronteira física com o vizinho do sul, a República da Irlanda, no prós-Brexit.
Porém, na prática, passou a existir uma fronteira entre a Irlanda do Norte e o resto do Reino Unido devido aos novos controlos aduaneiros e burocracia para certas mercadorias, criando atrito no movimento de alguns produtos.
A questão poderá inviabilizar a formação de um governo regional, pois o Partido Democrata Unionista (DUP) impôs hoje a abolição do Protocolo como condição para nomear ministros, na sequência das eleições regionais de quinta-feira.
"Não deixaremos de tomar medidas adicionais, se necessário", avisou o ministro britânico para a Irlanda do Norte, Brandon Lewis, no fim-de-semana, depois de considerar que seria preferível resolver os problemas do Protocolo em conjunto com a UE.
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