Liga Árabe acusa Israel de ter "assassinado" jornalista Shireen Abu Akleh
A Liga Árabe pediu hoje uma "investigação exaustiva" sobre o que considerou "assassinato" da correspondente da cadeia de televisão do Qatar Al-Jazeera, Shireen Abu Akleh, atingida "por balas israelitas" durante uma operação militar de Israel na Cisjordânia.
© Lusa
Mundo Cisjordânia
"O secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Abulqueit, condenou veementemente o 'assassinato' da correspondente da Al-Jazeera, a 'jornalista mártir' Shireen Abu Akleh, por balas israelitas", indica o comunicado do organismo.
O mesmo documento refere que os factos constituem "um crime atroz contra a imprensa e a liberdade de imprensa e que não deve passar facilmente exigindo uma investigação exaustiva".
Segundo a agência espanhola Efe, que cita uma fonte da secretaria-geral da Liga Árabe, que não foi identificada, Abdulqueit disse que "este crime não surpreende porque a ocupação [de Israel] ignora qualquer padrão sobre o respeito pelos direitos humanos e procura silenciar a voz dos palestinianos".
A mesma fonte refere que Ahmed Abdulqueit responsabilizou "o governo israelita por este trágico crime" e exige "o castigo dos pecadores que o praticaram".
De acordo com o comunicado oficial, o secretário-geral da Liga Árabe considerou que o nome da "mártir Abu Agleh" junta-se aos mártires dos meios de comunicação social árabes "que morreram na defesa da verdade" ao transmitirem a "voz palestiniana e [relatarem] os crimes da ocupação israelita para todo o mundo".
Também o Governo da Jordânia já pediu que se inicie uma "investigação imediata e transparente" para que os autores do assassinato da jornalista sejam levados à justiça.
"É preciso iniciar uma investigação imediata e transparente que conduza ao castigo dos autores dos dois crimes contra Shireen Abu Akleh e Ali al Samudi na cidade ocupada de Jenin", disse, através da sua conta oficial no Twitter, o ministro dos Negócios Estrangeiros jordano, Ayman Safadi.
Shireen Abu Akleh, 51 anos, morreu depois de ter sido atingida na cabeça por uma bala.
Um outro jornalista, Ali al Samudi, ficou ferido por um disparo nas costas tendo sido transportado para um hospital.
Segundo o Ministério da Saúde palestiniano, o estado de saúde de Samudi "é estável".
A cadeia de televisão do Qatar acusou Israel de ter "assassinado a sangue frio" Shireen Abu Akleh, que trabalhava para a estação desde 1997, e apelou "à comunidade internacional" para condenar e responsabilizar as forças de ocupação israelitas "por atacar e matar deliberadamente" a jornalista.
Os dois repórteres atingidos pelos projéteis do Exército de Israel estavam identificados como jornalistas.
O ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel, Yair Lapid, propôs uma investigação conjunta com as autoridades palestinianas sobre a morte da jornalista.
O Exército de Israel indicou que está a investigar os acontecimentos "em particular a possibilidade de que um dos jornalistas ter sido atingido por 'fogo real' [disparo de arma] de um palestiniano".
Da mesma forma, o primeiro-ministro israelita, Naftali Bennett, admitiu hoje que a jornalista Shireen Abu Akleh, da cadeia de televisão Al-Jazeera, possa ter sido morta por tiros palestinianos e não israelitas.
"Com base nas informações que recolhemos, parece provável que palestinianos armados, que abriram fogo indiscriminadamente, tenham sido responsáveis pela infeliz morte da jornalista", disse Bennett, em comunicado.
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