UE condena morte de jornalista palestiniana e pede investigação

A diplomacia da União Europeia (UE) disse hoje "condenar veementemente" o assassínio na Cisjordânia ocupada de uma jornalista da emissora Al Jazeera, a palestiniana Shireen Abu Akleh, pedindo uma "investigação exaustiva e independente" e a responsabilização dos culpados.

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Lusa
11/05/2022 16:19 ‧ 11/05/2022 por Lusa

Mundo

Palestina

"A UE condena veementemente o assassinato de uma jornalista palestino-americana da Al Jazeera, Shireen Abu Akleh, na Cisjordânia ocupada, na quarta-feira. Apresentamos as nossas condolências à sua família, amigos e colegas", indica numa declaração hoje divulgada o porta-voz do Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança.

Lembrando que outro jornalista, Ali Al Samoud, ficou ferido, a diplomacia comunitária vinca ser "essencial que uma investigação exaustiva e independente clarifique todas as circunstâncias destes incidentes o mais rapidamente possível e que os culpados sejam levados à justiça".

"É inaceitável visar jornalistas enquanto estes desempenham o seu trabalho. Os jornalistas que cobrem situações de conflito devem estar sempre protegidos e em segurança", adianta o porta-voz de Josep Borrell.

A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) pediu uma investigação internacional independente sobre a morte, hoje, de uma jornalista da Al Jazeera, a palestiniana Shireen Abu Akleh, na Cisjordânia ocupada.

"A RSF não está satisfeita com a proposta do ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel, Yair Lapid, de que o seu país participe numa investigação conjunta sobre as circunstâncias da morte da jornalista", disse o secretário-geral da RSF, Christophe Deloire, na rede social Twitter, pedindo uma "investigação internacional independente".

Deloire lembrou que o tiroteio contra Abu Akleh constitui "uma grave violação" das convenções de Genebra e da resolução 2222 do Conselho de Segurança da ONU sobre a proteção de jornalistas.

O embaixador dos EUA em Israel, Tom Nides, já lamentou a morte da jornalista, que tinha dupla nacionalidade, palestiniana e norte-americana, dizendo que encoraja "uma investigação profunda sobre as circunstâncias" deste episódio.

O Governo do Qatar também criticou a atuação das forças israelitas que "dispararam sobre o rosto" da correspondente da Al Jazeera, que morreu na cidade de Jenin, no norte da Cisjordânia ocupada.

"Este terrorismo israelita, patrocinado pelo Estado, deve parar. E o apoio incondicional a Israel deve terminar", disse Lolwah al Jater, assessor do ministro dos Negócios Estrangeiros do Qatar, Mohamed bin Abderrahman al Zani.

De acordo com o Ministério da Saúde palestiniano, a jornalista morreu depois de uma bala disparada pelo exército israelita a ter atingido no rosto, quando esta usava um colete à prova de bala e capacetes que a identificavam como repórter em serviço.

Por sua vez, o Exército israelita alegou que os seus soldados responderam ao fogo palestiniano e admitiu a hipótese de a jornalista ter sido atingida por uma bala das forças de segurança da Palestina.

A Al Jazeera classificou a morte de Abu Akleh como um "assassínio em flagrante" e considerou "responsáveis" o Governo israelita e as forças de ocupação na Cisjordânia.

Leia Também: Repórteres sem Fronteiras pedem investigação a morte de jornalista

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