"Portugal condena a morte da jornalista Shireen Abu Akleh no exercício das suas funções na Cisjordânia, expressando sinceras condolências à família", pode ler-se na conta oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros na rede social Twitter.
Na nota, o ministério liderado por João Gomes Cravinho salienta também que se impõe "uma investigação rigorosa ao incidente".
"A liberdade de imprensa e a proteção de jornalistas em contexto de conflito são basilares", vincou.
Shireen Abu Akleh, uma das jornalistas mais reconhecidas do canal televisivo Al Jazeera, foi morta a tiro na manhã de hoje enquanto cobria uma operação do exército israelita numa área tensa da Cisjordânia ocupada.
De acordo com o Ministério da Saúde palestiniano, a jornalista morreu depois de uma bala disparada pelo exército israelita a ter atingido no rosto, quando esta usava um colete à prova de bala e capacetes que a identificavam como repórter em serviço.
Por sua vez, o Exército israelita alegou que os seus soldados responderam ao fogo palestiniano e admitiu a hipótese de a jornalista ter sido atingida por uma bala das forças de segurança da Palestina.
Israel adiantou que propôs uma investigação conjunta e autópsia com a Autoridade Palestiniana, que recusou a oferta.
A Autoridade Palestiniana, que administra partes da Cisjordânia ocupada e coopera com Israel em questões de segurança, condenou o que disse ser um "crime chocante" cometido por forças israelitas.
A Al Jazeera classificou a morte de Abu Akleh como um "assassínio em flagrante" e considerou "responsáveis" o Governo israelita e as forças de ocupação na Cisjordânia.
O Alto Comissariado para os Direitos Humanos da ONU mostrou-se "chocado" com a morte de Shireen Abu Akleh, exigindo uma investigação independente.
A diplomacia da União Europeia (UE) disse hoje "condenar veementemente" o assassínio na Cisjordânia ocupada da jornalista, pedindo uma "investigação exaustiva e independente" e a responsabilização dos culpados.
A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) também já pediu uma investigação internacional independente sobre a morte.
O embaixador dos EUA em Israel, Tom Nides, lamentou a morte da jornalista, que tinha dupla nacionalidade, palestiniana e norte-americana, dizendo que encoraja "uma investigação profunda sobre as circunstâncias" deste episódio.
O Governo do Qatar também criticou a atuação das forças israelitas que "dispararam sobre o rosto" da correspondente da Al Jazeera.
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