A vice-primeira-ministra da Ucrânia, Iryna Vereshchuk, revelou, esta quinta-feira, que estão a decorrer "negociações muito difíceis" quanto à retirada de soldados feridos da siderúrgica de Azovstal, na cidade portuária de Mariupol, em troca de prisioneiros russos.
Recorrendo às redes sociais, a responsável detalhou ainda que Kyiv está a negociar "apenas 38 soldados feridos" com Moscovo, negando que as conversações estejam focadas na retirada de "500 ou 600 pessoas".
“Infelizmente, as declarações de alguns políticos, jornalistas e figuras públicas sobre o conteúdo das negociações não só desinformaram e desorientaram o público, como também prejudicaram o processo de negociação”, lamentou, apelando a que as pessoas se “abstenham” de fazer comentários e sejam “responsáveis”.
“As vidas destas pessoas estão em jogo”, reiterou, assegurando que o governo ucraniano está a trabalhar “passo a passo”.
Recorde-se que o exército russo está a utilizar artilharia pesada, tanques e bombardeamentos aéreos para atacar o complexo siderúrgico de Azovstal, em Mariupol, o último reduto da resistência ucraniana naquela cidade no sul do país.
Segundo as autoridades de Kyiv, mais de mil soldados continuam a resistir ao cerco militar nas galerias subterrâneas do vasto complexo metalúrgico, após terem sido retirados os civis que ali estavam refugiados na semana passada, com a ajuda da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Cruz Vermelha.
Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar na Ucrânia já matou mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
O conflito que, segundo Moscovo, tem como objetivo a "desnazificação" da Ucrânia, já causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, das quais mais de 5,5 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da entidade.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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