"Crianças não nascidas - a minoria mais ameaçada na Croácia" e "As vidas não nascidas também importam" eram algumas das mensagens escritas nos cartazes empunhados pelos manifestantes durante a "Marcha pela Vida", organizada anualmente.
Ao longo do percurso viam-se muitos pais acompanhados dos seus filhos que traziam consigo balões.
"Apoiamos a vida, os valores morais, os valores dados por Deus", disse, à Agence France-Presse (AFP), Maja Ivic, que se fazia acompanhar dos dois filhos.
Por seu lado, Sinisa Kubatovic, de 52 anos, disse que a vida humana, desde a conceção até à morte natural, deve ser protegida.
"O aborto deve ser autorizado apenas se a gravidez ameaçar seriamente a vida da mulher", entendeu.
Nos últimos dias, o caso de Mirela Cavajda, de 39 anos, abalou o país, visto que estava no sexto mês de gravidez quando os médicos diagnosticaram um tumor cerebral ao feto.
O seu pedido de aborto foi recusado por quatro hospitais em Zagreb, mas após pressão pública uma comissão médica deu luz verde ao procedimento, que aconteceu na quarta-feira.
Na Croácia há grupos conservadores, apoiados pela Igreja Católica, que pedem ao governo que limite o direito ao aborto, autorizado até a décima semana de gravidez.
Após esse período, o aborto pode ser realizado se a saúde da mulher ou do feto estiverem em perigo, em caso de violação ou de incesto.
O direito ao aborto está, cada vez mais, a ser posto à prova porque há muitos médicos que se recusam praticá-lo invocando a objeção de consciência.
O Tribunal Constitucional da Croácia rejeitou, em 2017, um recurso de vários grupos conservadores a exigir a proibição do aborto.
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