"O Governo decidiu informar a NATO do desejo da Suécia de se tornar membro da aliança", disse Andersson numa conferência de imprensa em Estocolmo, após uma reunião extraordinária do executivo e de um debate parlamentar, citada pelas agências AFP e EFE.
"Estamos a sair de uma era e a entrar numa nova", disse a líder do Partido Social-Democrata sueco, aludindo à política de não-alinhamento mantida pela Suécia desde as Guerras Napoleónicas, do século XIX.
O embaixador sueco na NATO transmitirá a candidatura de Estocolmo "em breve", em Bruxelas, ao mesmo tempo que a Finlândia, segundo Andersson.
A Suécia e a Finlândia já anunciaram o objetivo de se candidatarem simultaneamente à Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO).
"Esperamos que não demore mais de um ano", com a necessária ratificação pelos 30 Estados membros da NATO, disse Andersson.
O anúncio foi feito depois da decisão histórica do partido no poder a favor da adesão, no domingo, e da garantia de uma grande maioria no parlamento.
A questão foi suscitada pelo agravamento da situação de segurança causada pela guerra na Ucrânia, iniciada com a invasão russa, em 24 de fevereiro.
"O melhor para a segurança da Suécia e do povo sueco é aderir à NATO e juntar-se à Finlândia", disse a primeira-ministra.
Andersson referiu-se às conclusões da análise da nova situação de segurança, apoiada pela maioria dos partidos suecos, para salientar que a adesão terá um efeito dissuasor no norte da Europa, melhorará a segurança e reduzirá os riscos.
"Infelizmente, não temos razões para acreditar que a Rússia irá mudar num futuro previsível", disse.
O Governo também aprovou uma proposta que tornará possível à Suécia receber apoio militar de todos os países da União Europeia (UE) e da NATO durante o processo de ratificação.
"A Suécia estará numa situação vulnerável durante o tempo em que o nosso pedido estiver a ser processado", justificou.
Na conferência de imprensa, Andersson estava acompanhada pelo líder da oposição, o conservador Ulf Kristersson, que assegurou que ambos assumem a responsabilidade conjunta pelo processo de adesão à NATO.
Ao contrário da Finlândia, na Suécia a decisão sobre a candidatura é tomada pelo Governo e não obriga a uma votação no parlamento.
A questão, no entanto, foi debatida hoje no parlamento sueco, com as diferentes forças políticas a mostraram a sua posição sobre a adesão à NATO, que também é apoiada por uma clara maioria da população, de acordo com sondagens.
Os deputados finlandeses também estão hoje a debater a candidatura da Finlândia à NATO, mas o presidente do parlamento admitiu que a votação poderia não se realizar hoje, devido ao grande número de intervenções.
A Rússia partilha uma fronteira terrestre com a Finlândia com mais de 1.300 quilómetros e uma fronteira marítima com a Suécia.
Um dos objetivos russos para justificar a invasão da Ucrânia foi impedir o país vizinho de aderir à NATO e, consequentemente, a expansão da Aliança Atlântica para leste.
Depois de várias críticas em Moscovo, o Presidente russo, Vladimir Putin, assegurou hoje que a adesão à NATO da Finlândia e da Suécia não é um problema para a Rússia, mas que passará a sê-lo se incluir a colocação de armas no território desses países.
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