Sanções à Rússia apenas preservam direitos "de um pequeno grupo"
O ministro das Relações Exteriores do Brasil considerou hoje que as sanções impostas à Rússia apenas servem para "preservar os direitos imediatos de um pequeno grupo de países".
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Mundo Brasil
"As sanções impostas agravam os efeitos económicos do conflito e geram um impacto cada vez mais evidente sobre as cadeias de suprimentos de produtos essenciais. As sanções impostas buscam preservar os interesses imediatos de um pequeno grupo de países prejudicando, ao mesmo tempo, a larga maioria da comunidade internacional, sobretudo no mundo em desenvolvimento", afirmou Carlos França, durante uma audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados.
O responsável brasileiro voltou a reiterar a posição brasileira, que tem sido pela defesa das negociações para a paz e um cessar-fogo imediato.
"Só existe uma alternativa à negociação: a vitória total de um lado sobre o outro. Buscar a vitória militar aumenta o risco de que toda a humanidade seja derrotada", frisou, de acordo com a Agência Câmara de Notícias.
O responsável brasileiro disse ainda que durante a visita no mês passado do ministro dos Negócios Estrangeiros turco a Brasília, o Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, colocou-se à disposição para integrar um grupo para dialogar com os responsáveis russos e ucranianos.
Ainda assim, Carlos França, voltou a frisar que o grande objetivo brasileiro é assegurar o fornecimento de fertilizantes para o Brasil, insumos estes que o país é altamente dependente.
o Brasil não apoia as sanções impostas à Rússia, estando mesmo a encetar esforços para que a venda de fertilizantes russos não seja incluída nas sanções.
O Brasil é um dos maiores exportadores do mundo de produtos agrícolas, contudo, depende em mais de 80% de importação de fertilizantes, sendo que cerca de 20% destes provem da Rússia e mais de 10% da Bielorrússia.
A 18 de abril, o Brasil pediu apoio da diretora-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC) na defesa de exclusão das sanções internacionais fertilizantes russos e bielorrussos, necessários para o país produzir e exportar alimentos, pedido este que foi anuído.
O Governo brasileiro tem tipo uma abordagem ambigua em relação à Rússia desde que o país lançou a ofensiva militar na Ucrânia.
Por um lado, votou no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) contra a Rússia numa resolução que condenava as ações de Moscovo.
Por outro, absteve-se da resolução que suspende a Rússia do Conselho de Direitos Humanos devido a alegados crimes de guerra e crimes contra humanidade na Ucrânia.
Dias antes do ataque russo, o Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, reuniu-se com o homólogo russo, Vladimir Putin.
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