Ex-Presidente russo Dmitry Medvedev critica sanções "loucas" do Ocidente

O antigo Presidente russo Dmitry Medvedev disse na quinta-feira que os ocidentais não podem atingir a Rússia com sanções económicas "loucas" e, ao mesmo tempo, esperar que o país garanta o abastecimento de alimentos.

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Lusa
20/05/2022 07:15 ‧ 20/05/2022 por Lusa

Mundo

Ucrânia

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, acusou Moscovo no mesmo dia, numa reunião do Conselho de Segurança da ONU organizada pelos Estados Unidos, de fazer refém "o abastecimento de alimentos de milhões de ucranianos e milhões de outras pessoas em todo o mundo".

"O nosso país está preparado para assumir todas as suas obrigações. Mas também aguarda a ajuda dos seus parceiros comerciais", argumentou o vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia no serviço de mensagens Telegram.

"Caso contrário não faz sentido: por um lado, impõem-nos sanções loucas e, por outro, exigem que garantamos o abastecimento de alimentos. Não funciona assim, não somos estúpidos", acrescentou o ex-chefe de Estado (2008-2012).

A Rússia e a Ucrânia fornecem 30% da oferta de alimentos do planeta.

Os Estados Unidos e Rússia trocaram acusações na quinta-feira na ONU pelo agravamento da insegurança alimentar no mundo, com Washington a pedir a Moscovo que permita as exportações de cereais ucranianos bloqueados nos portos do mar Negro.

"Parem de bloquear os portos do mar Negro! Permitam a livre circulação de navios, comboios e camiões que transportam alimentos para fora da Ucrânia", atirou Antony Blinken.

"Parem de ameaçar suspender as exportações de alimentos e fertilizantes para países que criticam a sua guerra de agressão", acrescentou.

Denunciando um desejo ocidental de "fazer a Rússia assumir a culpa por todos os problemas do mundo", o embaixador russo na ONU, Vassily Nebenzia, rejeitou as acusações do Ocidente como um todo.

A crise alimentar no mundo existe há muito tempo e as suas causas profundas vêm de uma "espiral inflacionária" alimentada pelo aumento dos custos de seguros, fluxos logísticos difíceis e "especulações nos mercados ocidentais", disse o diplomata russo.

Um dia depois de o secretário-geral da ONU, António Guterres, ter pedido à Rússia que liderasse as exportações de cereais ucranianos, cerca de 80 países planeavam falar na reunião do Conselho de Segurança na quinta-feira.

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