Conselheiro da UNPOL espera polícias da CPLP em cimeira em setembro

O conselheiro de Polícia das Nações Unidas (UNPOL), Luís Carrilho, disse hoje à Lusa que espera contar com representantes da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) na cimeira de Polícia agendada para 1 de setembro em Nova Iorque.

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Lusa
22/05/2022 06:23 ‧ 22/05/2022 por Lusa

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Nações Unidas

A Cimeira de Chefes de Polícia das Nações Unidas (Uncops 2022) reunirá ministros, chefes de polícia e representantes de organizações regionais e profissionais de policiamento na sede das Nações Unidas, em setembro próximo, para discutir e contextualizar o papel da UNPOL como facilitador da ação para a manutenção da paz e da Agenda 2030.

"Este mês iremos ter a primeira reunião ao nível de Nova Iorque com os Estados-membros, não só os países contribuintes de polícia, mas todos os Estados-membros estão convidados. Esperamos que Portugal e todos os outros países da CPLP estejam presentes neste evento em Nova Iorque para que, todos juntos, possamos contribuir para um mundo mais seguro, onde a polícia desempenha um papel essencial na proteção dos mais vulneráveis, sejam crianças, mulheres, vítimas de crimes, idosos, doentes ou pessoas com incapacidades", disse Carrilho.

"Portanto, a polícia tem esse papel essencial de contribuir para um mundo melhor e este fórum no dia 01 de setembro é onde se discute como é que a polícia pode dar um melhor contributo para a vida em sociedade", acrescentou o português, em entrevista à Lusa na sede das Nações Unidas em Nova Iorque.

A Uncops 2022 também oferecerá uma oportunidade única para os executivos de polícia do mundo e lideranças das Nações Unidas abordarem esforços conjuntos face aos atuais desafios de segurança global, assim como emergentes, incluindo crises provocadas pelo homem e de origem natural.

Questionado sobre boas práticas policiais, principalmente em países como o Brasil, onde a polícia é historicamente acusada de estar envolvida ou integrar milícias, Luís Carrilho preferiu não se focar na segurança interna do país, mas avaliou que a polícia, como um todo, tem cada vez mais desafios e que está ao alcance dos agentes policiais trabalhar para que o "ciclo de segurança se feche e que as comunidades possam viver em paz, com confiança nas forças e serviços de segurança".

"Atualmente, a polícia, ao nível do mundo inteiro, tem grandes desafios, porque as expectativas das comunidades são muito grandes, os problemas ao nível de segurança vão aumentando e os problemas, por vezes, estão além daquilo que a polícia pode resolver. Mas a polícia pode dar o seu contributo, como faz a UNPOL, ao nível de policiamento de proximidade, policiamento comunitário, tentando prevenir os conflitos e os crimes", afirmou.

"Quando tal não seja possível, seja ao nível do sistema de segurança, seja ao nível do sistema de justiça, onde a polícia participa, conseguir que o ciclo de segurança se feche e que as comunidades possam viver em paz, com confiança nas forças e serviços de segurança", acrescentou.

Luís Carrilho, nomeado para o cargo em 2017 pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, advogou ainda que "os que não respeitam a vida em sociedade sejam devidamente investigados, haja o processo criminal e, se tiveram que pagar a sua divida à sociedade e serem ressocializados e reintegrados, que assim aconteça, para que este ciclo continue".

O português acredita que, ao nível de segurança, os desafios no futuro serão cada vez maiores, pelo que a polícia irá cada vez mais contribuir não só para a segurança, mas também para a estabilidade económica, cultural e política de todos os países do mundo.

"A polícia e os polícias também fazem parte da sociedade e têm uma maior responsabilidade de dar o seu contributo à vida em sociedade, o que é uma missão extremamente nobre", acrescentou.

Concretamente sobre o Brasil, Carrilho observou que os polícias brasileiros, quando estão na Polícia das Nações Unidas, "estão entre os melhores, com a sua forma de ser, com a sua experiência, com as suas capacidades, dando um grande contributo para os países onde a UNPOL está presente", pelo que gostaria de poder contar com mais agentes brasileiros, assim como de outros países de língua portuguesa.

Leia Também: Conselheiro da UNPOL apela a Portugal por mais mulheres em missões de paz

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