Myanmar. ACNUR "chocado" com 17 mortos em naufrágio, incluindo Rohingya

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) mostrou-se hoje "chocado" e "entristecido" com o naufrágio na costa de Myanmar que provocou a morte de 17 pessoas, algumas das quais da minoria Rohingya.

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Lusa
23/05/2022 16:49 ‧ 23/05/2022 por Lusa

Mundo

Myanmar

"A mais recente tragédia mostra uma vez mais o sentimento de desespero sentido pelos Rohingya em Myanmar [antiga Birmânia] e na região. É chocante ver números cada vez maiores de crianças, mulheres e homens a embarcar nestas viagens perigosas e eventualmente a perderem a vida", afirmou Indrika Ratwatte, diretora da agência para a Ásia e o Pacífico, citada em comunicado enviado às redações.

Na nota, a agência da ONU para os refugiados apontou que, "apesar de os detalhes estarem ainda por esclarecer", os relatos iniciais sugerem que a embarcação saiu do estado de Rakhine no dia 19 de maio, enfrentou uma tempestade na região de Ayeyarwady, o que causou o naufrágio perto da costa de Pathein, no sábado.

Pelo menos uma dúzia de pessoas de minoria Rohingya, incluindo crianças, morreram durante o fim de semana e o ACNUR procura mais informação sobre sobreviventes para avaliar a situação.

"As causas profundas destas viagens mortíferas precisam de ser abordadas. Além disso, todos os países da região devem reunir-se para assegurar o resgate e desembarque de todos os que estão em perigo no mar", vincou Ratwatte.

Segundo os números do ACNUR, cerca de 630 membros da minoria Rohingya tentaram a travessia por mar desde a Baía de Bengala entre janeiro e maio deste ano.

Mulheres e crianças compõem cerca de 60% das pessoas que embarcam nessas viagens.

O risco de abuso por parte de traficantes e o perigo da travessia marítima aumentam durante as viagens, que se prolongam de cada vez que não é possível encontrar um porto seguro para desembarcar.

Centenas de milhares de Rohingya, membros de uma comunidade que imigrou para Myanmar há gerações, fugiram do país predominantemente budista desde 2017, após uma brutal repressão por parte dos militares que levaram a cabo massacres e violações, de acordo com relatos de refugiados.

Os Rohingya ainda no país são em grande parte considerados estrangeiros que chegaram do Bangladesh, aos quais foi negada a cidadania, direitos e acesso aos serviços.

Todos os anos, centenas de Rohingya realizam perigosas travessias marítimas que duram meses para outros Estados no sudeste da Ásia.

A Malásia, um país relativamente rico, é geralmente o seu destino preferido, mas alguns acabam por chegar também à Indonésia.

Leia Também: 14 corpos encontrados numa praia em Myanmar

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