De acordo com o Governo de Bangladesh, as inundações, que começaram na semana passada, submergiram 70% do distrito de Sylhet e 60% de Sunamganj, matando pelo menos 10 pessoas, enquanto dois milhões de pessoas ficaram isoladas.
As chuvas torrenciais no nordeste da Índia fizeram os rios do Bangladesh transbordar as margens, com os dois principais rios fronteiriços, o Surma e o Kushiara, a romper diques e inundar centenas de aldeias.
Arifuzzaman Bhuiyan, líder do Centro Nacional de Previsão e Alerta de Inundações, disse que os dois rios atingiram seu nível mais alto desde que começaram a ser medidos, na década de 1970.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) forneceu um número ainda pior, com "mais de quatro milhões de pessoas" afetadas pelas enchentes em cinco distritos do nordeste de Bangladesh, incluindo 1,5 milhões de crianças.
"Neste desastre, como na maioria das vezes, as crianças são as mais vulneráveis", disse Sheldon Yett, representante da UNICEF em Bangladesh, assinalando que todas as escolas da região foram fechadas.
Pelo menos 350 estabelecimentos de ensino foram transformados em abrigos, nos quais mais de 8.500 pessoas se refugiaram, muitas vezes com o seu gado.
Apesar de tudo, de acordo com Netai De Sarker, um alto funcionário que está a gerir a crise, a situação está a melhorar: as águas estão a começar a baixar em várias regiões no norte do país.
O Governo enviou 140 equipes médicas para tratar as pessoas afetadas pelas enchentes e tentar evitar o surto de doenças transmitidas pela água.
As inundações são uma ameaça recorrente para milhões de pessoas no Bangladesh, com terrenos localizados abaixo do nível do mar.
Muitos especialistas acreditam que as mudanças climáticas estão a aumentar a frequência, violência e imprevisibilidade destas situações.
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