O general de brigada Andrzej Jakubaszek, chefe da Guarda Fronteiriça de Podlaquia, no leste do país, indicou à imprensa que foram já completados 90 dos 186 quilómetros de comprimento da barreira colocada ao longo da fronteira polaca com a Bielorrússia, que nos últimos meses milhares de imigrantes tentaram atravessar.
Segundo o general Jakubaszek, as medidas de vigilância eletrónica e o sistema de controlo visual estarão operacionais em finais de setembro e, com o destacamento permanente de mais de 2.500 guardas fronteiriços, equipados com câmaras térmicas e veículos especiais, será dado como concluído o projeto.
"Não estamos a dizer que o muro nos protegerá a 100%, vejam o que está a acontecer em sítios com muros ainda maiores que o nosso, como a parte africana de Espanha ou a fronteira entre os Estados Unidos e o México", disse o responsável.
Em declarações a partir do quartel-general da Guarda Fronteiriça polaca em Bialystok (leste), Jakubaszek explicou que, neste momento, "quase todas as pessoas que atravessam a fronteira vêm da Rússia": "Leva-lhes cerca de uma semana desde que aterram até chegarem à fronteira entre a Polónia e a Bielorrússia", precisou.
A decisão de erigir um muro fronteiriço foi tomada em novembro de 2021, no pior momento da onda migratória que, segundo Varsóvia, impulsionou dezenas de milhares de pessoas a tentar entrar ilegalmente em território polaco através da Bielorrússia, com a ajuda das autoridades desse país.
Enquanto no outono chegaram a registar-se mais de 500 tentativas diárias de passar ilegalmente a fronteira (em outubro, houve inclusive 700 por dia), este ano desceu substancialmente o número de tentativas de infiltração ilegal, e o mais elevado, 143, ocorreu a 21 de março.
De acordo com os dados da Guarda Fronteiriça, nas últimas semanas, só têm ocorrido "dezenas" de tentativas diárias de travessia ilegal da fronteira, embora "haja dias em que o número não chega a dez".
O muro, cuja altura será de cerca de 5,5 metros, estender-se-á ao longo de 186 dos 399 quilómetros de fronteira comum e terá um custo aproximado de 340 milhões de euros, dos quais cerca de 24 milhões se destinam à instalação de medidas de vigilância eletrónica.
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