"A atual ofensiva dos ocupantes no Donbass pode tornar a região desabitada", disse Zelensky no seu discurso diário transmitido na televisão, acusando as forças russas de tentar "incendiar" várias cidades da região.
A Rússia pratica "deportação" e "assassínio em massa de civis" no Donbass, prosseguiu o chefe de Estado, salientando que "tudo isso (...) é uma óbvia política de genocídio levada a cabo pela Rússia".
O Kremlin havia justificado a invasão por um alegado "genocídio" perpetrado pelos ucranianos contra a população russófona no Donbass.
Em abril, o parlamento ucraniano adotou uma resolução para descrever como "genocídio" as ações do Exército russo no país e instou todos os outros países e organizações internacionais a fazerem o mesmo. O próprio Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, usou essa expressão.
A guerra na Ucrânia, que hoje entrou no 92.º dia, causou já a fuga de mais de 14 milhões de pessoas de suas casas -- mais de oito milhões de deslocados internos e mais de 6,6 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Também segundo as Nações Unidas, cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e a imposição à Rússia de sanções que atingem praticamente todos os setores, da banca ao desporto.
A ONU confirmou na quinta-feira que 3.974 civis morreram e 4.654 ficaram feridos, sublinhando que os números reais poderão ser muito superiores e só serão conhecidos quando houver acesso a cidades cercadas ou a zonas até agora sob intensos combates.
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