O deputado britânico Andrew Bridgen apresentou, na segunda-feira, uma ‘carta de desconfiança’ contra o primeiro-ministro Boris Johnson. Em causa está o escândalo ‘Partygate’ e o recentemente divulgado relatório da funcionária Sue Gray, nomeada pelo governo britânico para investigar o caso.
Sublinhe-se que o primeiro-ministro foi investigado pela Polícia Metropolitana de Londres e alvo de uma multa devido a festas realizadas em Downing Street, numa altura em que o Reino Unido se encontrava em confinamento para combater a propagação da pandemia.
“Eu acreditava que durante as fases iniciais da guerra Rússia/Ucrânia seria errado ter um concurso de liderança. No entanto, houve mais revelações ao longo da última semana e há ainda, obviamente e com razão, muita raiva sobre a ação do n.º10 [de Downing Street] durante o período de confinamento”, começou por explicar o deputado, referindo-se ao porquê de ter retirado uma carta semelhante em janeiro.
Andrew Bridgen destacou que vários membros do Partido Conservador, a que pertence Boris Johnson, escreveram “cartas de desconfiança durante os últimos dias e é bem possível que os números estejam próximos de desencadear um voto de censura”.
É necessário que 54 deputados conservadores exijam formalmente uma moção de censura contra o primeiro-ministro para que o processo possa avançar. Apenas Sir Graham Brady, presidente do Comité dos Conservadores de 1922, sabe o número total de cartas submetidas. Já uma contagem da Sky News estima que tenha sido 35 o número total de deputados a pedir a demissão de Boris Johnson, sendo que 25 já o fizeram publicamente.
“Isto dará ao partido parlamentar a oportunidade de registar se acredita ou não que Boris Johnson é a pessoa certa para continuar a liderar o partido”, frisou o deputado.
Ainda ontem, Jeremy Wright, ex-ministro e ex-procurador-geral do Reino Unido, pediu a demissão do primeiro-ministro. Numa carta aberta publicada no seu site oficial, Wright acusou Boris Johnson de manifestar “na melhor das hipóteses uma atitude casual e na pior das hipóteses uma atitude de desprezo pelos sacrifícios” feitos durante a pandemia da Covid-19.
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