Medvedev ataca "sanções nojentas" que "são dirigidas contra povo russo"
Ex-presidente russo voltou a atacar o Ocidente pelas sanções contra a economia russa e o congelamento de bens do Banco Central Russo.
© Reuters
Mundo Rússia
Dmitri Medvedev, ex-presidente russo e atual vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, acusou esta terça-feira o Ocidente de atacar o "cidadão comum" com a onda de sanções, na sequência da invasão russa na Ucrânia.
Numa publicação no Telegram, citada pelo jornal britânico The Guardian, o antigo líder russo e um dos mais próximos aliados de Vladimir Putin disse que as sanções foram motivadas pelo ódio contra a Rússia e considerou-as "nojentas".
"Estas sanções são dirigidas precisamente contra o povo da Rússia. E independentemente do que os avós americanos e europeus digam que estão a castigar os patrões, mas amam os cidadãos comuns, isso é puro disparate", escreveu Medvedev.
O ex-presidente argumentou que o "interminável tango de sanções económicos" não afeta as elites e os patrões, mas antes a economia e os trabalhadores.
"Qual é o objetivo de congelar os bens do Banco Central e outros bens estatais? Simples. Tornar a economia pior, atingir o rublo, aumentar a inflação e descontrolar preços nas lojas, o que significa deteriorar o nível de vida do russo comum", disse.
Medvedev também apontou o dedo às sanções das companhias aéreas e dos sistemas bancários que, acredita, só servem para deixar os russos "desconfortáveis".
A verdade é que as sanções económicas estão, de facto, a atingir gravemente a economia russa. Desde o início da guerra que a inflação atinge valores recorde. Em abril, a inflação atingiu o maior valor em 20 anos, chegando aos 17,8%. Especialistas acreditam que, caso a guerra e as sanções se prolonguem durante muito tempo, o nível de vida na Rússia poderá cair para 'standards' da era soviética.
Dmitri Medvedev também comentou os recentes avanços na União Europeia relativamente a um embargo ao petróleo russo, considerando que a decisão serve apenas para "reduzir as receitas orçamentais e forçar o estado a abandonar as suas obrigações sociais".
"É atingir o contribuinte na vila e no país", acusa o ex-chefe de Estado russo.
A guerra na Ucrânia já fez mais de 4.000 mortos entre a população civil, segundo os dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos. No entanto, a organização alerta que o número real de mortos poderá ser muito superior, devido às dificuldades em contabilizar o número de mortos em cidades sitiadas ou tomadas pelos russos, como Mariupol.
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