No seu último discurso no congresso do partido que esta noite escolherá o alemão Manfred Weber como seu sucessor, o também antigo presidente do Conselho Europeu advertiu que nos últimos meses a perspetiva de uma Terceira Guerra Mundial se tornou "horrivelmente real".
Neste cenário, sublinhou, é possível ver "claramente de que lado estamos e que valores representamos".
"A pandemia, a guerra na Ucrânia, a posição sobre a China, o 'Brexit' ou as eleições nos Estados Unidos revelaram uma profunda divisão do mundo. A agressão russa mostrou fortemente a natureza desta divisão", disse Tusk, para sublinhar que "em confronto com valores fundamentais não há espaço para compromissos".
Tusk destacou que a Rússia "nem sequer esconde que o ataque à Ucrânia é um confronto com todo o ocidente, os Estados Unidos, a União Europeia e a NATO" e lembrou que também dentro da família popular europeia tem havido colaboradores próximos do Presidente russo, Vladimir Putin, e da sua filosofia política.
"Na Europa de hoje, é clara a importância da nossa decisão de dizer adeus a Viktor Orbán, um defensor do Kremlin e promotor de uma nova versão de um Estado autoritário", declarou o político polaco sobre o primeiro-ministro ultranacionalista húngaro.
Nesse sentido, aplaudiu o trabalho que assumiu Manfred Weber na saída do partido do governo húngaro, o Fidesz, do PPE, destacando a sua "coragem silenciosa" e "como está sempre do lado certo" dos debates.
"É uma pessoa de compromissos, mas nunca quando se trata de valores fundamentais. Defende questões essenciais mesmo quando está em minoria. Foi ele quem mais me ajudou a resolver o problema do Fidesz", frisou Tusk.
O antigo primeiro-ministro polaco, que sai da presidência do PPE para assumir a liderança do partido da oposição Plataforma Cívica antes das eleições gerais da Polónia em 2023, disse que "não se pode pedir aos outros que lutem se não estivermos preparados para fazê-lo nós mesmos" e valorizou a solidariedade dos seus concidadãos em acolher centenas de milhares de refugiados ucranianos.