Bolsonaro diz que quer "fatiar" a Petrobras

O Presidente brasileiro afirmou que quer "fatiar" a companhia estatal petrolífera Petrobras porque a empresa não está a cumprir o seu papel social, numa altura em que registou lucros recordes com a subida geral dos combustíveis.

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Lusa
31/05/2022 23:24 ‧ 31/05/2022 por Lusa

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"A privatização da Petrobras leva no mínimo quatro anos. É uma ideia a gente fatiar a Petrobras. Realmente não está dando certo atualmente", afirmou Jair Bolsonaro, em entrevista à rádio Massa FM, citada na impressa local.

"Apesar de estar na Constituição o seu caráter social, não aplica" o caráter social, criticou o líder brasileiro, acrescentando que a empresa "tem um lucro fenomenal, não se compara percentualmente com outras petrolíferas do mundo todo".

Na segunda-feira à noite, um comunicado do Ministério de Minas e Energia do Brasil dava conta que foi pedido a inclusão da Petrobras na carteira do Programa de Parcerias de Investimentos, de forma a "dar início aos estudos para a proposição de ações necessárias à desestatização da Empresa".

"A proposta é oportuna devido à conjuntura energética corrente, em face da situação geopolítica mundial, das discussões sobre o ritmo da transição energética e do realinhamento global dos investimentos", lê-se na mesma nota.

O Presidente brasileiro tem criticado duramente nos últimos meses o aumento do preço dos combustíveis, que contribuíram para lucros recordes da estatal.

Jair Bolsonaro já chegou a chamar aos elevados lucros da empresa estatal um "crime inadmissível" ou uma "violação", por alegadamente decorrerem das subidas consecutivas do preço dos combustíveis no país.

No dia 24 de maio, o Governo brasileiro anunciou que o presidente eleito há 40 dias para presidir à companhia estatal petrolífera Petrobras abandonou o cargo, tendo sido convidado Caio Mário Paes de Andrade para exercer as funções.

José Mauro Coelho tinha assumido a presidência no dia 14 de abril, na sequência da aprovação do seu nome por parte do conselho de administração.

No início do mês, Jair Bolsonaro, já tinha substituído o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, poucos dias depois de criticá-lo publicamente por permitir que a petrolífera Petrobras anunciasse um novo aumento do preço dos combustíveis.

Durante os 40 dias que esteve ao comando da Petrobras, José Mauro Coelho foi constantemente criticado por Bolsonaro também devido ao aumento do preço dos combustíveis.

O mesmo José Mauro Coelho que tinha sido o escolhido por Bolsonaro em resposta à insatisfação do chefe de Estado com o anterior presidente da companhia petrolífera estatal por repetidos reajustamentos de preços.

A petrolífera brasileira Petrobras obteve um lucro de 44,6 mil milhões de reais (8,4 mil milhões de euros) no primeiro trimestre de 2022, um valor 38 vezes superior ao registado em igual período de 2021 e o mais alto do período da sua história.

Leia Também: Conselho de Administração da Petrobras atrasa planos de Bolsonaro

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