"Tal ingerência inadequada num processo judicial independente do nosso país não ajudará a resolver os problemas", disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Said Khatibzadeh, num comunicado.
Em 27 de maio, a Guarda Revolucionária iraniana anunciou que tinha apreendido dois petroleiros gregos no Golfo Pérsico, poucas semanas depois de a Grécia ter intercetado, a pedido dos Estados Unidos, um navio que transportava petróleo iraniano.
Os Ministérios dos Negócios Estrangeiros alemão e francês condenaram, em declarações separadas, a apreensão dos navios gregos pelo Irão e pediram a Teerão que libertasse as embarcações e as respetivas tripulações.
Berlim denunciou uma "interferência injustificável no transporte marítimo" e uma "grave violação das regras internacionais".
Paris, por sua vez, reiterou "o compromisso com as regras do direito internacional que protegem a liberdade de navegação e a segurança marítima" e pediu ao Irão "que libertasse imediatamente as tripulações e os navios".
Khatibzadeh denunciou o facto de a França e a Alemanha estarem a protestar contra uma apreensão "legal", enquanto esses mesmos países "permanecem em silêncio diante da apreensão ilegal (pela Grécia) de um navio" que transportava petróleo iraniano.
A Guarda Revolucionária justificou a apreensão dos navios gregos referindo-se a "violações" que alegadamente cometeram, sem dar mais detalhes.
O Irão disse no sábado que as tripulações dos dois navios estavam bem de saúde e não estavam detidas.
Ao abrigo das sanções europeias que foram determinadas por causa da guerra na Ucrânia, as autoridades gregas apreenderam, em 19 de abril, o petroleiro russo Pegas, rebatizado Lana alguns dias depois, na ilha de Eubeia.
O navio estaria a transportar 115.000 toneladas de petróleo iraniano.
Uma porta-voz da polícia portuária grega indicou na altura que o petróleo seria "transferido para os Estados Unidos (...), devido a um pedido da justiça norte-americana".
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