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Saara Ocidental? ONU e duas partes têm de aceitar solução, diz Sánchez

O governo de Espanha reiterou, esta quarta-feira, que a proposta de Marrocos é a melhor base para resolver o conflito no Saara Ocidental, mas sublinhou que a solução tem de ser reconhecida pelas Nações Unidas e aceite pelas duas partes

Saara Ocidental? ONU e duas partes têm de aceitar solução, diz Sánchez
Notícias ao Minuto

15:06 - 08/06/22 por Lusa

Mundo Espanha

preciso desbloquear um conflito que dura há demasiado tempo", defendeu o chefe do governo espanhol, Pedro Sánchez, no Congresso dos Deputados.

"De certeza partilhamos o essencial, que a solução terá de ser aceite por ambas as partes e que terá de satisfazer as condições inscritas na Carta das Nações Unidas e nas suas resoluções", acrescentou, perante um parlamento em que apenas o Partido Socialista (PSOE, que lidera), não criticou a nova posição do executivo em relação ao Saara Ocidental, assumida em março.

Após um ano de relações diplomáticas conflituosas com Marrocos, Pedro Sánchez enviou em março uma carta ao rei de marroquino, Mohamed VI, na qual afirmava que a proposta apresentada por Rabat em 2007, para que o Saara Ocidental seja uma região autónoma controlada por Marrocos, é "a base mais séria, credível e realista para a resolução deste litígio".

O Saara Ocidental é uma antiga colónia espanhola ocupada por Marrocos há 47 anos, no contexto de um processo de descolonização.

Espanha defendeu durante muito tempo que o controlo de Marrocos sobre o Saara Ocidental era uma ocupação e que a realização de um referendo patrocinado pela ONU deveria ser a forma de decidir a descolonização do território.

Depois da carta que enviou ao rei de Marrocos, Sánchez visitou Rabat e os dois países fizeram uma declaração conjunta, em abril, que normalizou o tráfego fronteiriço e as relações bilaterais, tendo hoje o primeiro-ministro espanhol ido ao parlamento fazer um ponto da situação.

Sánchez defendeu que a nova posição do governo espanhol em relação ao Saara Ocidental está alinhada com a de outros países europeus, como França, Alemanha ou Países Baixos, e com a dos Estados Unidos.

Por outro lado, destacou, as próprias resoluções da ONU, desde 2007, "tomam nota" das posições das duas partes no conflito - o governo marroquino e os independentistas da Frente Polisário - e reconhecem "os esforços sérios" de Rabat para encontrar uma solução.

Sobre as novas relações com Rabat, Sánchez sublinhou que Espanha não aceita que Ceuta e Melilla, dois enclaves espanhóis no norte de Marrocos, sejam consideradas "cidades ocupadas", sendo ambas território espanhol e europeu, internacionalmente reconhecido.

"Também temos de compreender que Marrocos merece a mesma consideração quando falamos de assuntos que a eles os preocupam", acrescentou.

A estada em Espanha em abril de 2021 do líder do movimento independentista sarauí Frente Polisário, para ser tratado na sequência de uma grave infeção causada pela covid-19, gerou uma tensão diplomática entre Madrid e Rabat e desencadeou a entrada, em meados de maio, de mais de 10.000 migrantes em Ceuta, graças a uma flexibilização dos controlos do lado marroquino.

Em troca da sua mudança em relação ao Saara Ocidental, Madrid assegura que pode contar com a "cooperação total" de Rabat na "gestão dos fluxos migratórios".

Hoje, perante os deputados, Sánchez sublinhou os benefícios para as duas cidades que traz a nova etapa nas relações com Marrocos, falando, em especial, do controlo do "comércio atípico" e da normalização da passagem de pessoas e mercadorias nas fronteiras.

"Espanha não vai tolerar a instrumentalização da tragédia da imigração irregular como arma de pressão" e "o melhor instrumento é a cooperação" internacional para a gestão dos fluxos migratórios", afirmou.

Leia Também: Imigrantes "trazem riqueza e diversidade às comunidades", diz o Governo

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