"Nos círculos eleitorais onde um candidato do LREM [República em Marcha] enfrenta um candidato de esquerda, convido os eleitores a não escolherem entre destruidores de cima e destruidores de baixo, entre aqueles que querem privá-lo dos seus direitos e aqueles que querem privá-lo da sua propriedade", disse a líder da extrema-direita francesa, que se mostrou satisfeita com os resultados a nível nacional.
A União Nacional registou "uma progressão de mais de sete pontos apesar da forte abstenção", disse Marine Le Pen, que vai disputar a segunda volta no seu círculo eleitoral de Hénin-Beaumont.
As primeiras estimativas da primeira volta das eleições legislativas em França dão a coligação de esquerda liderada por Jean-Luc Mélenchon e o partido de Emmanuel Macron com cerca de 25% dos votos, com muitos duelos na segunda volta.
Entre as estimativas feitas com os primeiros resultados saídos das mesas de voto que fecharam às 18:00, já que nas grandes cidades fecharam às 20:00 (19:00 em Lisboa), os gabinetes de estudos apontam para uma igualdade na primeira volta das eleições legislativas, com cerca de 25% de votos, uma perda para o partido de Emmanuel Macron que em 2017 teve 28% na primeira volta.
Estes 25% correspondem a cerca de 265 lugares na Assembleia Nacional francesa, sendo que a maioria absoluta se consegue a partir de 289.
A coligação Nova União Popular Ecologista e Social (Nupes) de Mélenchon, que agrupa a França Insubmissa, os ecologistas, os comunistas e os socialistas, fazem um resultado parecido ao de 2017, quando concorreram todos separados.
Um número recorde desta noite é abstenção, com a taxa de participação às 17:00 de 39,42%. As estimativas dos gabinetes de sondagens apontam para uma abstenção entre os 52% a 53%.
A União Nacional de Marine Le Pen poderá ser a terceira força política podendo chegar aos 20%, com Os Republicanos, maior partido da direita, podem fazer entre 08 a 11%, também menos do que em 2017. O Reconquista de Éric Zemmour deve ficar-se por 4% a nível nacional.
De forma a vencer na primeira volta, o vencedor tem de reunir 50% dos votos que representem pelo menos 25% dos eleitores inscritos. Quando isto não acontece, passam à segunda volta, que se realiza no dia 19 de junho, todos os candidatos que tenham obtido votos equivalentes a mais de 12,5% dos inscritos ou os dois candidatos mais votados.
Assim, os resultados desta noite não vão definir completamente a configuração da Assembleia Nacional nos próximos cinco anos, já que tudo se joga na segunda volta das eleições legislativas, em 19 de junho.
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