O ritmo a que decorre o processo de desflorestação da Floresta Amazónica apenas continua a aumentar, de acordo com os dados do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazónia (Imazon), que tem vindo a monitorizar a área florestal da região desde 2008.
Esses dados, aqui citados pelo site O Globo, dão conta de que só nos primeiros cinco meses deste ano a Amazónia perdeu mais de 2.000 campos de futebol por dia de mata nativa.
Isto porque, de janeiro a maio, foram derrubados cerca de 3.360 quilómetros quadrados de material florestal vivo. Tal corresponde ao maior ritmo de desflorestação dos últimos 15 anos para o mesmo período temporal.
Só no mês de maio, o processo afetou cerca de 1.476 quilómetros quadrados de território, o que representa 44% do valor acumulado durante esses cinco meses. Foi, uma vez mais, o pior mês de maio dos últimos 15 anos.
O coordenador do Programa de Monitorização da Amazônia do Imazon, Carlos Souza Jr., alertou ainda para o risco de se poderem vir a estabelecer novos recordes nos próximos meses, também por causa da seca e das eleições.
"Maio foi apenas o primeiro mês do período de seca na região, quando as ocorrências de desmatamento costumam intensificar-se. Ainda temos todo o chamado ‘verão amazónico’ pela frente, que encerra entre setembro e outubro. Além disso, 2022 é um ano eleitoral, outro contexto que está relacionado com o aumento da devastação, pois as fiscalizações tendem a diminuir", explicou a mesma fonte, citada pelo jornal O Globo.
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