"Deixem a minha gente passar" e marchar em direção ao Capitólio, terá dito Donald Trump pouco antes de milhares de apoiantes seus, para impedir a certificação da vitória nas presidenciais de Joe Biden, entrarem em confrontos violentos com a polícia, nos quais morreram cinco pessoas.
O magnata havia anteriormente feito um discurso inflamado perto da Casa Branca, onde encorajou os seus apoiantes a marchar em direção ao Capitólio, lançando acusações infundadas de que os democratas tinham cometido fraude eleitoral naquela votação.
As imagens de uma multidão a invadir a sede do Congresso dos Estados Unidos chocaram o mundo.
No testemunho que deu hoje perante o comité da Câmara de Representantes que está a investigar o ataque ao Capitólio, Hutchinson citou Trump a dar instruções à sua equipa, utilizando termos vernáculos, para que retirassem os detetores de metal que, considerava o ex-Presidente, fariam perder tempo aos seus apoiantes.
"Não me importo que eles tenham armas", disse então Trump, citado por Cassidy Hutchinson.
"Eles não estão aqui para me magoar. Estou-me marimbando se eles têm ou não armas", disse especificamente Trump, citado pela antiga assessora.
A jovem de 25 anos, que era assistente especial e assessora de Mark Meadows, já deu antes uma série de informações a investigadores do Congresso e fez vários depoimentos à porta fechada.
Mas o comité convocou a audiência para hoje para ouvir o seu depoimento público, aumentando as expectativas de novas revelações na investigação que dura há quase um ano.
No seu depoimento, Cassidy Hutchinson disse ainda que Trump tentou agarrar o volante de uma limusine presidencial em 06 de janeiro de 2021 para juntar-se aos seus apoiantes na marcha sobre o Capitólio.
A antiga assessora da Casa Branca citou Trump como tendo exigido ao agente da segurança que estava ao volante que o levasse imediamente ao Capitólio, reclamando ser o Presidente e usando termos vernáculos.
Como o agente se recusou, Trump tentou agarrar o volante, disse Hutchinson.
Os eventos referidos no seu depoimento -- explicados em detalhes novos e vívidos pela primeira vez publicamente -- são de interesse potencialmente vital tanto para o comité quanto para o Departamento de Justiça.
Leia Também: Assessora de Trump revela que "teve medo" no ataque ao Capitólio