Amazon também limita venda de pílulas do dia seguinte nos Estados Unidos

A procura aumentou consideravelmente depois da decisão de revogar o aborto como um direito constitucional pelo Supremo Tribunal.

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Notícias ao Minuto
28/06/2022 23:34 ‧ 28/06/2022 por Notícias ao Minuto

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Estados Unidos

Face ao aumento da procura por pílulas do dia seguinte e outros métodos contracetivos, a Amazon confirmou esta terça-feira que vai limitar o número de pílulas disponíveis para compra online nos Estados Unidos.

A decisão, confirmada pela NBC News, surge na sequência da decisão do Supremo Tribunal norte-americano de reverter o processo 'Roe v. Wade', que definiu o direito ao aborto como um direito constitucional em todo o país.

Segundo confirmou a empresa à televisão norte-americana, só será possível comprar três unidades por semana.

A Amazon junta-se assim a uma série de farmácias e estabelecimentos comerciais, físicos e online, que passaram a limitar a disponibilidade deste método contracetivo de emergência.

A CVS Pharmacy, no entanto, anunciou hoje que retiraria o limite imposto na segunda-feira depois de constatar que a procura regressou a índices normais.

A decisão do Supremo Tribunal foi mal acolhida por uma grande parte da população norte-americana (e mundial) e considerada o maior retrocesso no que diz respeito aos direitos das mulheres em quase 50 anos.

A pílula do dia seguinte (conhecida nos EUA como 'Plan B') é um contracetivo de emergência, tomado até três dias depois de sexo sem proteção. Nos Estados Unidos, como em Portugal e na maior parte do mundo, é possível comprar o contracetivo sem identificação ou receita.

Mas a reversão do 'Roe v. Wade' levou a um aumento da procura, e também dos preços, pelo que várias organizações de proteção dos direitos das mulheres pediram ao público para não açambarcar um produto que poderá ser essencial para as mulheres dos estados onde o aborto passará a ser automaticamente proibido.

A decisão do Supremo Tribunal não proíbe o aborto, mas remete essa decisão para os estados e permite que as regiões controladas pelos republicanos possam proibir o direito. A medida da maioria de juízes conservadores no Supremo já era esperada, depois de ter sido divulgado em maio um rascunho sobre a intenção do principal tribunal norte-americano de reverter o processo. A votação foi de 5-4, sendo que os três juízes conservadores nomeados pelo ex-presidente Donald Trump fizeram pender a balança para o lado anti-aborto.

Segundo um especialista em direto para a NBC News, a reversão do 'Roe v. Wade' é uma das poucas vezes em que o Supremo Tribunal decide anular uma decisão previamente tomada e revogar um direito constitucional - sendo esta a primeira vez que o faz apesar da maioria do país não o apoiar.

A decisão do Supremo é também um espelho dos problemas de representatividade dos Estados Unidos da América. O cargo de juiz é quase vitalício, e os juízes são nomeados pelos presidentes norte-americanos em funções. Donald Trump teve a oportunidade de nomear três juízes, devido à reforma ou à morte de juízes em funções.

Leia Também: EUA. Farmácias racionam pílula do dia seguinte após aumento da procura

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