Alemanha condena ataque "desumano e cínico" com 20 mortos em Odessa

A Alemanha acusou hoje o exército russo de ser "desumano e cínico" na sequência de um ataque perto de Odessa, no sul da Ucrânia, cujo balanço foi atualizado para 20 mortos e 38 feridos.

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© Getty Images

Lusa
01/07/2022 14:45 ‧ 01/07/2022 por Lusa

Mundo

Ucrânia/Rússia

"O Governo federal condena o ataque do exército russo a um edifício residencial e a um centro de lazer", disse o porta-voz do executivo de Berlim, Steffen Hebestreit, citado pela agência noticiosa francesa AFP.

"O lado russo, que mais uma vez fala de danos colaterais, é desumano e cínico", acrescentou.

As autoridades ucranianas disseram que duas crianças estão entre as vítimas mortais dos ataques ocorridos hoje na região da cidade portuária de Odessa.

"Isto mostra-nos mais uma vez de uma forma cruel que o agressor russo aceita deliberadamente a morte de civis", disse Hebestreit.

O porta-voz alemão apelou à população russa para "enfrentar finalmente a verdade" do que está a acontecer no país que a Rússia invadiu em 24 de fevereiro.

Desde o início da guerra, as forças russas têm afirmado que os seus alvos são todos militares ou usados por militares, negando quaisquer ataques contra alvos civis.

A ONU confirmou a morte de mais de 4.700 civis desde o início da guerra.

No entanto, tem alertado que o número de vítimas civis será consideravelmente superior, dadas as dificuldades em confirmar as informações nas regiões do país onde há mais combates.

Os serviços de emergência da Ucrânia disseram que um míssil atingiu um edifício residencial em Serhiivka, na região de Bilgorod-Dniester, a cerca de 80 quilómetros a sul de Odessa, matando 16 pessoas.

Um outro míssil atingiu um centro recreativo próximo e matou quatro pessoas, segundo a mesma fonte citada pela agência noticiosa ucraniana Ukrinform.

O ataque provocou ainda 38 feridos, incluindo seis crianças.

As alegações dos dois lados do conflito não podem ser verificadas de imediato de forma independente.

A cidade de Odessa localiza-se junto ao Mar Negro, a noroeste da Crimeia, a península ucraniana que a Rússia anexou em 2014.

O ataque na região de Odessa ocorreu um dia depois de a Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês) ter reafirmado o seu apoio à Ucrânia, numa cimeira realizada em Madrid.

"Toda a Aliança ficará ao lado da Ucrânia durante o tempo que for necessário para garantir que não será derrotada pela Rússia", disse o Presidente norte-americano, Joe Biden, no final da cimeira.

O ataque aconteceu também no dia a seguir à Ucrânia ter recuperado o controlo da Ilha da Serpente, no Mar do Norte, que estava ocupada pelas forças russas.

A Rússia disse que retirou as suas tropas da ilha como um "sinal de boa vontade" para facilitar as exportações de cereais ucranianos através do Mar Negro.

A ilha militarizada está localizada a sudoeste de Odessa, o maior porto da Ucrânia onde milhões de toneladas de cereais estão acumuladas devido à guerra iniciada pela Rússia.

Leia Também: Ucrânia. Praga reabre centro de acolhimento de refugiados em julho

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