O Crif é a segunda organização judaica a pedir a anulação desta venda, depois de o Gabinete Nacional de Vigilância contra o Antissemitismo (BNVCA) ter classificado de "obscena" a realização deste leilão, segundo a agência France Presse.
Passaportes, livros e pratos que pertenceram aos nazis deverão ser levados a leilão no sábado, dia 26 de abril.
"O Crif pretende que os objetos e livros - classificados como despojos de guerra da segunda divisão blindada em maio de 1945, em Berghof -- sejam retirados do leilão", segundo um comunicado do Conselho.
Tais objetos terão sido levados por soldados franceses da segunda divisão blindada do general Leclerc, que a 04 de maio de 1945 chegou a Berchtesgaden (sul da Alemanha), localidade onde se encontrava Adolf Hitler, nos Alpes da Baviera, e que tinha acabado de ser bombardeada por aviões aliados.
O Crif estima que esta venda, que dispõe de mais de 40 objetos provenientes da residência de Hitler e da casa vizinha onde se encontrava instalado Hermann Goering, "mina a memória das vítimas da barbárie nazi".
"Comercializar publicamente este tipo de objetos consiste em atribuir-lhes um valor simbólico insalubre que se aproxima do cinismo e de uma forma de moral indecente", argumenta o Crif, que apela à ministra da Cultura para que se pronuncie sobre esta venda.
