"Os manifestantes entraram na residência privada do primeiro-ministro, Ranil Wickremesinghe, e atearam fogo", disse o gabinete, em comunicado.
O jornal local Daily Mirror mostrou imagens de centenas de pessoas reunidas em redor da residência particular de Wickremesinghe, em Colombo, que se encontrava já em chamas.
O incidente ocorreu horas depois de milhares de manifestantes terem invadido as residências oficiais do Presidente do Sri Lanka, Gotabaya Rajapaksa, e do primeiro-ministro, após três meses de protestos contínuos contra o regime.
Hoje, Wickremesinghe anunciou a sua demissão como primeiro-ministro, apenas dois meses depois de assumir o cargo.
Angry and hungry crowd burns the private home of the Prime Minister in Sri Lanka. pic.twitter.com/ucnrYAPyxF
— RadioGenova (@RadioGenova) July 9, 2022
"Para garantir a continuidade do Governo, incluindo a segurança de todos os cidadãos, aceito a recomendação de hoje dos líderes do partido, para abrir caminho para uma solução de unidade. Para facilitar, vou renunciar ao cargo de primeiro-ministro", disse Wickremesinghe, na sua conta da rede social Twitter.
O país está imerso numa das piores crises económicas desde a independência, em 1948, derivada do declínio das reservas em moeda estrangeira e de uma elevada dívida externa.
A tensão e o descontentamento aumentaram na ilha no final de março, quando as autoridades impuseram cortes de energia de mais de 13 horas, o que levou a população a sair às ruas para exigir a demissão do Governo do Sri Lanka.
Desde essa altura, centenas de manifestantes instalaram-se nos arredores do edifício presidencial, em Colombo, e protestos pacíficos em todo o país multiplicaram-se, enquanto as autoridades tentam chegar a um acordo de resgate com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
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