Condenados à morte na Gâmbia 5 ex-funcionários por assassinato de Jammeh
Um tribunal de Banjul condenou esta quarta-feira à morte cinco ex-funcionários dos serviços de inteligência da Gâmbia pelo homicídio, em 2016, de um oponente do regime liderado pelo ex-presidente Yahya Jammeh, que governou o país durante 22 anos.
© Reuters
Mundo Homicídio
Na leitura de sentença, o juiz do Supremo Tribunal de Justiça da capital da Gâmbia, Kumba Sillah-Camara, anunciou a condenação dos arguidos à pena de morte pelo homicídio de Ebrma Solo Sandeng.
Figura do Partido Democrático Unido (UDP), Ebrima Solo Sandeng, morreu sob custódia, dois dias depois de ter sido preso durante um protesto contra Jammeh, que governava a Gâmbia desde 1994.
A tortura e o assassinato deste ativista galvanizaram a oposição, até então fraca e dividida, e precipitaram a queda do ditador, noticiou a agência France-Presse (AFP).
Entre os condenados está um ex-chefe da Agência Nacional de Inteligência (NIA), Yankuba Badjie, o ex-chefe de operações Sheikh Omar Jeng e três outros ex-funcionários deste serviço de inteligência, Babacarr Sallah, Lamin Darboe e Tamba Mansário.
Outros dois arguidos foram absolvidos, o ex-vice-diretor da NIA, Louie Richard Leese Gomez, também julgado e que já morreu, enquanto um nono réu, Yusupha Jammeh, já tinha sido absolvido.
Este julgamento, que começou em 2017, era o único em andamento na Gâmbia por crimes cometidos durante a ditadura de Jamme.
Em julho de 2021, um ex-funcionário do regime, Yankuba Touray, já tinha sido condenado à morte pelo assassinato, em 1995, do ministro das Finanças Koro Ceesay, tendo recorrido da sentença.
Outro colaborador de Jammeh, Bai Lowe, está a ser julgado desde abril na Alemanha por crimes contra a humanidade, homicídio e tentativa de homicídio.
Ousman Sonko, ex-ministro do Interior, está a ser investigado na Suíça desde 2017, por crimes contra a humanidade, enquanto outro colaborador de Jammeh, Michael Sang Correa, foi acusado em 2020 nos Estados Unidos e o julgamento pode começar em 2023.
Em 25 de maio, o governo concordou em seguir quase todas as recomendações feitas no relatório final da comissão que investigou o período de governação de Jammeh em causa e, em particular, a processar 70 pessoas, incluindo o antigo ditador.
Yahya Jammeh, de 57 anos, vive na Guiné Equatorial.
No final de 2016, uma figura relativamente desconhecida, Adama Barrow, derrotou-o nas eleições presidenciais.
Jammeh recusou-se a conceder a derrota, mas foi conduzido ao exílio sob pressão de uma intervenção militar da África Ocidental.
Adama Barrow continua a presidir a uma frágil democracia em transição e as vítimas de Jammeh receiam que os expedientes políticos se sobreponham à justiça, até porque o antigo presidente continua a ter uma forte influência na política gambiana.
Barrow foi reeleito em dezembro de 2021, depois de um acordo entre o seu partido e o partido de Jammeh, e mais tarde escolheu para posições de destaque no poder do Estado dois antigos aliados de Jammeh, o presidente e vice-presidente do parlamento recém-eleito em abril último.
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