A proposta surge no seguimento das preocupações manifestadas pela União Europeia (UE), de que essas armas tenham sido contrabandeadas da Ucrânia para equipar grupos criminosos na Europa.
"O Parlamento, como legislador, deve estar envolvido na supervisão da ajuda de defesa dos aliados. O nosso objetivo é ser o mais transparente possível sob a lei marcial", referiu Andrii Yermak, numa mensagem divulgada na rede social Telegram.
No entanto, Andrii Yermak assegurou que todas as armas fornecidas pelo Ocidente foram "registadas e enviadas para a frente [de combate]".
Esta comissão de acompanhamento estará "encarregada da preparação e análise das questões relacionadas com o controlo e uso das armas" entregues pelos aliados, acrescentou o chefe da administração presidencial.
"A transparência é a melhor receita contra a manipulação e desinformação russas", acrescentou.
Esta semana, a EU anunciou a criação de um centro na Moldávia para combater o crime organizado, particularmente o contrabando de armas desde a vizinha Ucrânia.
Está previsto que as agências europeias participem neste centro de apoio da UE na Moldova, nomeadamente a Agência Europeia da Guarda de Fronteiras e Costeira (Frontex), que irá prestar apoio na gestão de fronteiras e na deteção do tráfico de armas de fogo, e a Agência da União Europeia para a Cooperação Policial (Europol), que irá permitir a partilha de informação, análise e cooperação operacional.
Kiev referiu que monitoriza de perto as armas que recebe dos ocidentais, assegurando que esta é uma "prioridade" para o governo.
A Ucrânia acusou ainda a Rússia de espalhar propaganda sobre a proliferação do contrabando de armas.
Armas de pequeno porte estão cada vez mais disponíveis no território ucraniano desde 2014, quando rebeldes apoiados por Moscovo separaram a região do Donbass, originando um conflito armado com os militares ucranianos.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de cinco mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A ofensiva militar russa causou a fuga de mais de 16 milhões de pessoas, das quais mais de 5,7 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.
Também segundo as Nações Unidas, 15,7 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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