Síria. Presidente de transição apela à unidade nacional após violência

O Presidente de transição da Síria apelou hoje à unidade nacional e à paz civil, após uma ONG ter denunciado centenas de mortos, na maioria civis, numa violência sem precedentes desde a queda de Bashar al-Assad.

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© OMAR HAJ KADOUR/AFP via Getty Images

Lusa
09/03/2025 11:01 ‧ há 9 horas por Lusa

Mundo

Síria

A violência foi desencadeada por um ataque sangrento, na quinta-feira, de apoiantes de Assad contra as forças de segurança em Jablé, perto de Latakia, no oeste do país, um antigo bastião do governo deposto e berço da comunidade muçulmana alauita, da qual descende o clã Assad.

 

Segundo o Observatório dos Direitos Humanos (OSDH), que dispõe de uma vasta rede de fontes na Síria, "745 civis alauitas foram mortos nas regiões costeiras e nas montanhas de Latakia pelas forças de segurança e grupos afiliados" desde quinta-feira.

Pelo menos 273 membros das forças de segurança e combatentes pró-Assad também foram mortos, segundo o Observatório.

A comunidade alauita é um ramo do Islão xiita.

"Estes desafios eram previsíveis. Temos de preservar a unidade nacional, a paz civil, tanto quanto possível, e, se Deus quiser, poderemos viver juntos neste país", afirmou Ahmad al-Charaa, que liderou a coligação islamista sunita que derrubou Assad a 08 de dezembro, durante um discurso numa mesquita de Damasco.

Após o ataque de quinta-feira, as forças de segurança enviaram reforços e lançaram grandes operações na região.

O OSDH referiu "execuções sectárias ou regionais".

Uma fonte de segurança citada pela agência oficial Sana na sexta-feira relatou "atos isolados de violência", atribuindo-os a "multidões" que agiram em retaliação ao "assassínio de vários membros da polícia e das forças de segurança" por serem "leais ao antigo regime".

O restabelecimento da segurança é o principal desafio que o novo Governo sírio enfrenta após mais de 13 anos de guerra civil, tendo o Presidente de transição apelado aos rebeldes alauitas para que "deponham as armas antes que seja demasiado tarde".

Leia Também: Já são mais de mil os mortos nos confrontos dos últimos 3 dias na Síria

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