O comunicado recomenda "não viajar para a Venezuela devido ao crime, agitação civil, à má infraestrutura sanitária, rapto, prisão e detenção de cidadãos norte-americanos sem o devido processo ou garantias de julgamento justo".
O documento, publicado na página web da Embaixada dos EUA em Caracas, apela aos viajantes para terem "maior cautela na Venezuela devido ao terrorismo e detenções injustas".
O comunicado lembra que em 11 de março de 2019, o pessoal diplomático norte-americano foi retirado e que todos os serviços consulares permanecem suspensos.
Os EUA têm "uma limitada capacidade para prestar serviços de emergência" aos norte-americanos na Venezuela, reconhece a embaixada.
Quem precisar de serviços consulares deve "tentar deixar o país o mais cedo possível e da maneira mais segura possível e contactar uma embaixada ou consulado noutro país", acrescentou.
"Crimes violentos, tais como homicídio, assalto à mão armada, rapto e roubo de automóveis, são comuns", diz o comunicado.
Na Venezuela, prossegue, "realizam-se comícios e manifestações políticas, muitas vezes com pouca antecedência" que "frequentemente suscitam uma forte resposta" das forças de segurança, "que inclui o uso de gás lacrimogéneo, gás pimenta e balas de borracha contra os participantes e que, por vezes, se convertem em saques e vandalismo".
"Em 2020 e 2021, relatórios da ONU documentaram abusos contra os Direitos Humanos atribuídos ao regime", incluindo "tortura, execuções extrajudiciais, desaparecimentos forçados, e detenções sem o devido processo ou garantias de julgamento justo, ou como pretexto para um propósito ilegítimo", refere a embaixada.
O aviso sublinha que "a escassez de gasolina, alimentos, eletricidade, água, medicamentos e material médico continua em grande parte da Venezuela" e que o Departamento de Estado "determinou que pelo menos um cidadão dos EUA está indevidamente detido" no país.
Por outro lado, adverte que "as forças de segurança alinhadas com o regime, têm detido norte-americanos durante longos períodos" e que "o regime de (Nicolás) Maduro não notifica" os Estados Unidos sobre as detenções de norte-americanos e "o governo dos EUA não tem acesso garantido a esses cidadãos".
"Grupos terroristas colombianos, como o Exército de Libertação Nacional (ELN), as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia - Exército Popular (FARC-EP), e a Segunda 'Marquetália' (guerrilheiros que não entregaram as armas nos anos 50), operam nas zonas fronteiriças da Venezuela com a Colômbia, o Brasil, e a Guiana", sublinha.
Os EUA advertem ainda que "devido aos riscos para a aviação civil que opera dentro ou nas proximidades da Venezuela", a Administração Federal de Aviação norte-americana emitiu uma proibição que "pode tornar os voos de evacuação médica de emergência entre os EUA e a Venezuela difíceis ou impraticáveis"
O comunicado diz que o nível dos surtos de covid-19 na Venezuela é "desconhecido".
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