Embaló fez o anúncio numa declaração conjunta que fazia com o seu homólogo francês, Emmanuel Macron, que realizou uma visita de cerca de 12 horas à Guiné-Bissau, no âmbito de um périplo africano que o levou ao Benim e aos Camarões.
Falando na sua qualidade de presidente em exercício da Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO), Embaló disse ter alcançado aquela garantia durante a sua recente visita a Conacri, onde se reuniu com a junta militar no poder, liderada pelo coronel Mamady Doumbouya.
"Estive em Conacri, na companhia do presidente da Comissão [da CEDEAO] para fazer a junta militar perceber a decisão da cúpula de chefes de Estado de que a transição não pode ultrapassar 24 meses. Tinham proposta que seria em 36 meses", afirmou Umaro Sissoco Embaló.
O presidente em exercício da CEDEAO, durante os próximos 12 meses, disse também ter feito a mesma sugestão de redução do período de transição à junta militar que governa o Burkina-Faso, aquando da sua deslocação àquele país no início desta semana.
"Brevemente a ministra dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau vai ao Mali para falar com a junta militar e depois eu mesmo irei lá para me encontrar e discutir com os meus irmãos malianos e penso que vamos encontrar um entendimento", afirmou Sissoco Embaló.
O dirigente considerou ser importante que haja redução de período de transição na Guiné-Conacri, no Burkina-Faso e no Mali e ainda anunciou estar "em cima da mesa" a criação de uma força anti-golpe de Estado na subregião africana.
"Isso vai permitir que toda a gente compreenda que estamos em pleno século XXI. É inadmissível que se queira ascender ao poder através de golpe de Estado. (..) Como disse o Presidente Macron, para se ser chefe de Estado existem procedimentos", observou o Presidente guineense.
Expressando-se sempre em francês, Umaro Sissoco Embaló convidou os africanos a serem republicanos e ainda lembrou que cabe ao povo sancionar os seus dirigentes, "mas nas urnas".
Disse ainda estar confiante de que no caso do Mali haverá um entendimento de acordo com as recomendações da última cimeira de líderes da CEDEAO, que preconiza a redução do período de transição em países atualmente dirigidos por militares.
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