Maior empresário de cereais do país morre em novo ataque russo a Mykolaiv

O maior empresário de cereais da Ucrânia e a mulher morreram, este domingo, vítimas de um bombardeamento russo à cidade de Mykolaiv, no sul, considerado pelas autoridades ucranianas como o mais violento desde o início da guerra.

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© Reuters

Lusa
31/07/2022 13:32 ‧ 31/07/2022 por Lusa

Mundo

Ucrânia/Rússia

Segundo a agência Efe, Oleksei Vadatursky, de 74 anos e dono da maior empresa de comércio de cereais do país (Nibulon), e a sua esposa, Raisa Mykhailivna, são as duas vítimas mortais de um "bombardeamento massivo" que atingiu a cidade de Mykolaiv durante a madrugada de hoje.

Segundo uma estimativa de 2020 da revista Forbes, Oleksei Vadatursky possuía uma fortuna avaliada em 450 milhões dólares (440 milhões de euros), sendo um dos homens mais ricos do país.

Em 2021, a sua empresa exportou 5,64 milhões de toneladas de produtos agrícolas, principalmente milho, trigo e cevada, para um total de 38 países.

A morte do empresário e da mulher foi confirmada pelo governador da região de Mykolaiv, Vitali Kim.

De acordo as autoridades ucranianas, os ataques desta noite a Mykolaiv atingiram e danificaram também um hotel, duas escolas, um complexo desportivo e uma estação de serviço.

O presidente da Câmara de Mykolaiv, Oleksandr Senkevych, escreveu no Telegram que este terá sido o bombardeamento "mais violento" à cidade desde o início da guerra, em fevereiro, segundo noticia a agência AFP.

Na mesma publicação, o autarca diz que foram ouvidas "fortes explosões", por duas vezes, na noite de sábado para domingo.

Já na sexta-feira, um ataque a uma paragem de autocarros na região de Mykolaiv tinha feito, pelo menos, cinco mortos.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, apelou no sábado para a retirada da população na região de Donetsk, para escapar ao "terror russo", devido ao bombardeamento de cidades no leste do país que estão a causar baixas civis.

A vice-primeira-ministra ucraniana, Iryna Vereshchuk, também já tinha anunciado a retirada obrigatória de toda a população da região de Donetsk, uma das duas regiões administrativas na região do Donbass, que permanece parcialmente sob controlo de Kyiv.

Iryna Vereshchuk justificou esta decisão com a destruição das redes de gás e pela ausência de aquecimento no próximo inverno na região.

Segundo as autoridades ucranianas, Moscovo lançou na madrugada de sábado ataques contra várias cidades na Ucrânia.

Estes ataques somam-se à destruição na sexta-feira de uma prisão em Donetsk, onde morreram 50 prisioneiros ucranianos, e que motivou acusações mútuas entre Kyiv e Moscovo sobre a responsabilidade do bombardeamento.

A Rússia lançou em fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de 5.100 civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

Leia Também: Ucranianos apelam à AR que reconheça Rússia como Estado terrorista

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