O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, considerou esta quarta-feira que o facto de a China manter uma política neutra em relação à invasão russa “é melhor do que juntar-se à Rússia”.
Num discurso, dirigido a alunos de 20 universidades da Austrália, o chefe de Estado frisou que “não se pode ficar à margem da guerra agressiva travada pela Rússia contra a Ucrânia se forem partilhados os princípios democráticos”. Para Zelensky, “derrotar a tirania requer um apoio forte e eficaz de todo o mundo”.
“Esta é uma luta entre a autocracia e a democracia”, reiterou, citado numa nota da Presidência da Ucrânia.
Zelensky agradeceu o “apoio em palavras”, mas destacou que “é preciso apoio em atos”, porque “a cada minuto, a cada hora, a cada dia” se perdem vidas humanas.
O presidente ucraniano reconheceu ainda que “em diferentes partes do mundo, localizadas longe da Ucrânia”, como os continentes africano e asiático, há uma perceção errada da guerra, porque “a Rússia espalha desinformação de que não atacou ninguém”. “Em algumas partes do mundo, funciona. Mesmo após oito anos de guerra, as pessoas não conseguem abrir os seus corações à verdade”, afirmou.
Um desses casos é a China, uma longa - e poderosa - aliada da Rússia. “Hoje, a China está a equilibrar-se e adere à neutralidade. Direi honestamente que esta neutralidade é muito melhor do que a China juntar-se à Rússia”, considerou Zelensky, que “acredita” que a sociedade chinesa “fará uma escolha sábia”.
“Ainda assim, é importante para nós que a China não ajude a Rússia”, salientou.
Assinala-se, esta quarta-feira, o 161.º dia da invasão russa da Ucrânia, que teve início a 24 de fevereiro. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), contabilizam-se, pelo menos, mais de 5.300 mortos civis.
Leia Também: Zelensky. Primeira exportação de cereais ucranianos "ainda não é nada"