O ministério da Defesa japonês indicou, esta quinta-feira, que cinco mísseis balísticos lançados pela China, durante os exercícios navais militares hoje iniciados junto a Taiwan, atingiram a Zona Económica Exclusiva (ZEE) do país, reporta o Japan Times.
Nobuo Kishi, ministro da Defesa nipónico, indicou que o governo já enviou um parecer de protesto a Pequim, uma vez que é a primeira vez que mísseis chineses entram na sua Zona Económica Exclusiva.
"Suspeitamos que cinco dos nove mísseis balísticos disparados pela China terão caído na ZEE do Japão", afirmou Kishi aos jornalistas.
"É um assunto grave que impacta a nossa segurança nacional e a segurança da nossa população", indicou o governante.
Os mísseis terão caído perto de Okinawa, a região insular mais a Sul do Japão, a meio caminho entre o Japão e Taiwan.
WATCH: PLA Eastern Theater Command Rocket Force launched conventional missiles to designated waters in the east of the island of Taiwan on Thu pic.twitter.com/WpFURLeN8X
— Global Times (@globaltimesnews) August 4, 2022
Recorde-se que o Exército Popular de Libertação da República da China confirmou o lançamento de mísseis, explicando ter-se tratado de "um ataque com mísseis convencionais multirregionais e de vários modelos em águas predeterminadas da parte leste da ilha de Taiwan".
Segundo adiantou um responsável chinês, "todos os mísseis atingiram o alvo com precisão".
Por seu lado, o Ministério da Defesa taiwanês denunciou o disparo dos mísseis, condenando o que considerou as "ações irracionais que minam a paz regional".
"O Ministério da Defesa Nacional declara que o Partido Comunista Chinês disparou vários mísseis balísticos 'Dongfeng' nas águas circundantes do nordeste e sudoeste de Taiwan às 13:56 [06:56 em Lisboa]", anunciou o ministério, em comunicado, sem adiantar o local exato onde os mísseis caíram.
A televisão estatal chinesa, a CCTV, já tinha anunciado hoje de manhã, que a China ia dar início a exercícios militares, com fogo real, nas imediações de Taiwan, acrescentando que a operação irá durar até domingo.
As manobras militares surgem em resposta à visita a Taiwan da líder do Congresso dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, vista pela China como uma grave provocação.
O Governo chinês respondeu nos últimos dias com sanções económicas a Taiwan.
Washington tem também um porta-aviões e outro equipamento naval na região.
O início das manobras militares da China levou o Ministério da Defesa de Taiwan a afirmar que se está a preparar para a guerra.
Pequim reclama a soberania sobre a ilha e considera Taiwan uma província separatista desde que os nacionalistas do Kuomintang se retiraram para a ilha em 1949, depois de perderem a guerra civil contra os comunistas.
[Notícia atualizada às 14h06]
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