Irão: Negociações sobre nuclear com EUA "não levantarão sanções"

O líder supremo do Irão, ayatollah Ali Khamenei, afirmou hoje que as negociações nucleares com os Estados Unidos "não levantarão as sanções" impostas ao Irão, após Teerão ter confirmado a receção de uma carta do Presidente norte-americano, Donald Trump.

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Lusa
12/03/2025 17:18 ‧ há 4 horas por Lusa

Mundo

Ali Khamenei

"Se o objetivo das negociações é levantar as sanções, negociar com este governo norte-americano não vai levantar as sanções", disse Khamenei numa reunião com estudantes.

 

O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Araghchi, confirmou ter recebido hoje uma carta do Presidente dos Estados Unidos, entregue em Teerão por um diplomata de alto nível dos Emirados Árabes Unidos, informaram os meios de comunicação social iranianos.

"A carta de Donald Trump foi entregue ao Irão pelo conselheiro diplomático do Presidente dos Emirados Árabes Unidos, Anwar Gargash", informou a agência de notícias Fars. 

Na passada sexta-feira, Trump anunciou que tinha enviado uma carta ao líder supremo do Irão, instando-o a entrar em negociações nucleares e alertando para uma possível ação militar se o Irão as recusasse.

Khamenei, além de afirmar que as conversações com Washington "não levantarão as sanções" impostas pelos Estados Unidos ao Irão, garantiu que o país "não está à procura de armas nucleares" e considerou "imprudentes" as ameaças norte-americanas de ação militar.

O líder supremo iraniano frisou que Teerão "não tem armas nucleares" e "não está a tentar adquiri-las", sublinhando que, se o quisesse fazer, fá-lo-ia.

"No que diz respeito às armas nucleares, foi dito que não permitiremos que o Irão as adquira. Se quiséssemos construir armas nucleares, os Estados Unidos não nos poderiam impedir. O facto de não termos armas nucleares e não estarmos a tentar obtê-las deve-se ao facto de nós próprios não as querermos", sustentou Khamenei.

Para Khamenei, as ameaças dos Estados Unidos são "imprudentes".

"Os Estados Unidos estão a brandir uma ameaça militar. Na minha opinião, esta ameaça é imprudente. O Irão é capaz de retaliar e, sem dúvida, irá infligir um golpe em troca", avisou o ayatollah Khamenei.

A 07 deste mês, Trump indicou ter enviado uma carta a Khamenei relacionada com o avanço do programa nuclear do Irão.

"Escrevi-lhes [às autoridades iranianas] uma carta a dizer: 'Espero que negoceiem, porque se tivermos de intervir militarmente, vai ser uma coisa terrível'", disse Trump ao canal televisivo Fox Business News.

"Eu preferia negociar um acordo. Não tenho a certeza de que todos concordem comigo, mas podemos fazer um acordo que seria tão bom como se vencêssemos militarmente. Mas o momento é agora. O momento está a chegar. Alguma coisa vai acontecer, de uma forma ou de outra", explicou Trump.

Desde que Trump regressou à Casa Branca, o seu Governo tem sempre afirmado que o Irão deve ser impedido de se dotar de armas nucleares.

Num relatório divulgado em fevereiro, elaborado pela agência de vigilância nuclear das Nações Unidas, é indicado que Teerão acelerou a produção de urânio enriquecido quase para níveis usados na produção de armamento.

O primeiro mandato presidencial de Trump (2017-2021) foi marcado por um período particularmente conturbado nas relações com Teerão. Em 2018, retirou unilateralmente os EUA do acordo nuclear entre o Irão e as potências mundiais, reimpondo a Teerão sanções que prejudicaram a economia, e ordenou a morte do principal general do país.

Nos termos do acordo nuclear original de 2015, o Irão foi autorizado a enriquecer urânio apenas até 3,67% de pureza e a manter uma reserva de 300 quilos de urânio.

A aceleração da produção de urânio para fins militares por parte do Irão coloca mais pressão sobre Trump, que tem repetidamente afirmado estar aberto a negociações com a República Islâmica, ao mesmo tempo que sanciona cada vez mais as vendas de petróleo do Irão, como parte da sua política de "pressão máxima" reimposta.

[Notícia atualizada às 17h38]

Leia Também: Irão rejeita exigências de Trump para negociações: "Impor o seu domínio"

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