De acordo com a agência de notícias Efe, as atenções estão viradas para dois porta-aviões da marinha chinesa, o Liaoning e o Shandong, que, apesar de ainda não terem sido avistados a participar nos exercícios, já não se encontram nos portos de origem.
Os exercícios de quinta-feira, que levaram ao encerramento do espaço aéreo e marítimo em seis áreas à volta da ilha, incluíram a prática de tiro ao alvo com artilharia de longo alcance, com "múltiplos tipos de mísseis convencionais", bem como a mobilização aérea de dezenas de aviões militares, incluindo caças e bombardeiros.
Trata-se da primeira vez que são levados a cabo lançamentos do género nas proximidades de Taiwan, desde a Terceira Crise do Estreito de Taiwan, entre 1995 e 1997, uma das três graves crises militares nesta área geográfica, após os nacionalistas do Kuomintang se terem retirado para a ilha em 1949, depois de perderem a guerra civil contra os comunistas de Mao Zedong.
Analistas citados pelo jornal de Hong Kong South China Morning Post sugeriram que o Exército de Libertação Popular (PLA, na sigla inglesa; exército chinês) poderá fazer hoje uso de bombardeiros com mísseis de cruzeiro de longo alcance, como os CJ-20.
Taipé tem vindo a denunciar, nos últimos dias, incursões de aviões militares chineses na Zona de Identificação de Defesa Aérea ((ADIZ). A Presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, descreveu estes exercícios de Pequim como um "ato irresponsável" que alimenta as tensões na região do Indo-Pacífico.
Apelando à contenção da China, a líder taiwanesa pediu ainda o apoio da comunidade internacional e disse que Taiwan não vai contribuir para a escalada da tensão, mas que defenderá a sua soberania.
Pequim, que está a realizar as manobras militares na sequência da visita da congressista norte-americana Nancy Pelosi a Taiwan, reclama a soberania sobre a ilha, considerando-a território inalienável da China.
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