"Numa tentativa de reforçar a coesão social, assinei um decreto concedendo um indulto presidencial a Laurent Gbagbo", anunciou Ouattara, num discurso que assinala no 62.º aniversário da independência da Costa do Marfim.
O chefe de Estado anunciou ainda que pediu que as contas de Gbagbo "fossem descongeladas e que as anuidades em atraso fossem pagas".
Ouattara indicou ainda que assinou um decreto em que concedeu a "libertação condicional" de duas antigas figuras do aparelho militar e de segurança do regime de Laurent Gbagbo -- o contra-almirante Vagba Faussignaux, antigo chefe da Armada, e o major Jean-Noël Abéhi, antigo chefe do esquadrão blindado da gendarmaria de Agban em Abidjan, condenadas pelo seu papel na crise de 2010-2011.
Laurent Gbagbo, 77 anos, absolvido em março de 2021 de crimes contra a humanidade pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) em Haia, para onde foi transferido no final de 2011, regressou ao seu país em junho de 2021.
Embora nunca tenha sido preso desde o seu regresso, Gbagbo enfrentava uma pena de 20 anos de prisão na Costa do Marfim por "roubo" do Banco Central dos Estados da África Ocidental (BCEAO) durante a crise de 2010-2011.
A crise foi desencadeada pela recusa de Gbagbo em reconhecer a vitória de Alassane Ouattara nas eleições presidenciais no final de 2010, o que levou a um surto de violência que provocou cerca de 3.000 mortos até à detenção de Laurent Gbagbo em Abidjan, em abril de 2011.
Em outubro de 2021, Laurent Gbagbo lançou o Partido do Povo Africano-Costa do Marfim (PPA-CI, na sigla em francês), uma nova formação política pan-africanista de esquerda, anunciando a intenção de se manter politicamente ativo até à sua morte.
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