"Amanhã [terça-feira] há eleições no Quénia. A UE deseja boa sorte a todos os candidatos e apela a um processo pacífico e transparente que permita a todos os quenianos fazerem ouvir as suas vozes", escreveu Borrell no Twitter.
Os quenianos elegem esta terça-feira o sucessor do Presidente Uhuru Kenyatta, há dez anos no poder, numa disputa renhida entre o vice-presidente, William Ruto, e o líder histórico da oposição, Raila Odinga, apoiado pelo chefe de Estado cessante.
O Quénia, a sexta potência económica de África e um aliado do Ocidente na turbulenta região do Corno de África, está hoje a finalizar os preparativos para estas eleições, as últimas paletes de boletins de voto e caixas de plástico carregadas com materiais eleitorais estão a ser descarregadas nas 46.229 mesas de voto que se abrirão esta terça-feira entre as 06:00 horas locais e as 17:00 (03:00-14:00 TMG) a seis votos diferentes de 22,1 milhões de eleitores.
Em causa nestas eleições estará a escolha do Presidente queniano para os próximos cinco anos bem como os deputados ao parlamento, os governadores e cerca de 1.500 funcionários locais.
Dos quatro candidatos na corrida, dois dominam as intenções de voto: Raila Odinga, 77 anos, concorre pela quinta vez, e o atual vice-presidente, William Ruto, 55 anos. Vice-presidente desde a eleição de Uhuru Kenyatta em 2013, a Ruto foi prometido pelo chefe de Estado cessante que iria ser em 2022 o candidato do jubileu do partido presidencial.
A aproximação inesperada em 2018 entre Kenyatta e Odinga tornou claro que Kenyatta não iria cumprir a promessa e Rutu constituiu o seu próprio partido, assumindo-se desde então como candidato alternativo ao poder, e opositor ao mesmo, apesar de manter o cargo.
Os dois candidatos principais concentraram-se ao longo da campanha nas questões domésticas, e pouco ou nada se sabe sobre como vão dar seguimento aos esforços diplomáticos de Kenyatta para atenuar as tensões na vizinha Etiópia ou as disputas entre o Ruanda e a República Democrática do Congo (RDCongo).
O Quénia é a maior economia da África Oriental e o lar de cerca de 56 milhões de pessoas, 22,1 milhões dos quais estão inscritos para votar esta terça-feira.
O país tem uma história recente de eleições turbulentas. As eleições presidenciais anteriores, em 2017, ficaram na história do país e do continente africano por terem sido anuladas pelo Supremo Tribunal queniano, que rejeitou os resultados e ordenou uma nova votação, no que foi uma estreia absoluta em África.
Enquanto se aguardava a segunda votação, o país foi abalado por protestos da oposição, que foram duramente reprimidos pela polícia. A violência saldou-se em dezenas de mortos.
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